Ucrânia rejeita que Rússia tenha abandonado Zmiinyi por "boa vontade"

"Então, para que Moscovo mostre boa vontade, temos de a espancar regularmente. Para resumir - mais armas e mais depressa teremos paz, sem a letra nazi 'Z'", atirou o conselheiro presidencial da Ucrânia.

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© REUTERS/Kemal Aslan

Daniela Filipe
30/06/2022 13:17 ‧ 30/06/2022 por Daniela Filipe

Mundo

Ucrânia/Rússia

O conselheiro presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, rejeitou que as forças russas tenham abandonado as suas posições na ilha Zmiinyi (ou ilha da Serpente, como é traduzido para inglês) num "gesto de boa vontade", conforme anunciado pelo Ministério da Defesa daquele país, esta quinta-feira.

"Correu tudo conforme o plano?", começou por questionar o responsável, na rede social Twitter.

"Então, para que Moscovo mostre boa vontade, temos de a espancar regularmente. Para resumir - mais armas e mais depressa teremos paz, sem a letra nazi 'Z'", atirou.

A publicação incluía ainda uma imagem, que traduzia, de ucraniano para russo, “destruídos pelo exército ucraniano” por “retirada como gesto de boa vontade”.

Também o conselheiro do Ministério do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, ridicularizou as declarações, através de um vídeo que mostra o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, com um chapéu infantil.

“Navio de guerra russo, vai-te lixar” foi a famosa frase proferida por Roman Hrybov, o soldado que desafiou os militares russos, depois de estes ordenarem a rendição das tropas ucranianas na ilha Zmiinyi.

Os 13 soldados ucranianos de serviço no local foram, inicialmente, dados como mortos, e Zelensky chegou mesmo a afirmar que todos seriam condecorados postumamente. No entanto, veio a saber-se que estavam, afinal, em cativeiro.

Hrybov foi condecorado pelos serviços prestados com uma medalha de ouro, atribuída pelo Ministério da Defesa da Ucrânia.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

A invasão russa - justificada pelo presidente russo pela necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.

Leia Também: Forças russas admitem retirada da ilha Zmiinyi

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