Bruxelas quer verificação de antecedentes a anfitriões de refugiados

A Comissão Europeia recomenda a realização de verificações de antecedentes aos anfitriões de refugiados ucranianos para assegurar que as ofertas de alojamento são seguras, face aos riscos de tráfico de pessoas e de exploração, sexual ou laboral.

Notícia

© DIMITAR DILKOFF/AFP via Getty Images

Lusa
06/07/2022 16:38 ‧ 06/07/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

A recomendação do executivo comunitário consta de um "guia de boas práticas" elaborado para consulta pública e de apoio à iniciativa "Lares Seguros", hoje apresentado pela comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, numa reunião da plataforma de solidariedade com a Ucrânia, no quadro da invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro.

De acordo com o guia de boas práticas, destinado aos Estados-membros e também a autoridades regionais e locais que cooperam no acolhimento de pessoas que fogem da guerra na Ucrânia, é "essencial" que sejam levados a cabo procedimentos de verificação e controlo dos antecedentes dos anfitriões, "para assegurar que a habitação privada é segura e protegida".

"Os riscos de tráfico de pessoas e da exploração, sexual ou laboral, são reais. As ofertas de alojamento privado têm de ser avaliadas e os anfitriões devem ser controlados para prevenir riscos", indica o documento, que recomenda especificamente "a verificação dos antecedentes dos anfitriões antes ou como condição prévia para aceitar as ofertas de alojamento", defendendo como "obrigatória" a verificação dos registos criminais, para prevenir o tráfico e a exploração.

O guia recomenda também que, "sempre que possível, sejam organizadas visitas domiciliárias, incluindo verificações no local e visitas de funcionários relevantes", sugerindo o envolvimento de organizações da sociedade civil ativas no terreno.

Os princípios deste manual de boas práticas baseiam-se na experiência de mais de quatro meses de conflito, durante o qual milhões de ucranianos procuraram refúgio no espaço da União Europeia (UE).

Leia Também: Espanha concedeu proteção temporária a 127.500 refugiados ucranianos

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