O aparecimento dessas algas nas praias de Serra Leoa não é um fenómeno novo, mas atingiu uma escala sem precedentes este ano, segundo um jornalista da agência AFP.
"É uma concentração sem precedentes", disse Amidou Kamara, pescador do cais de Tambakula, na capital Freetown.
As algas mortas destroem barcos e redes de pesca, considera.
"Temos que nos deslocar de um local para outro para escapar das algas, mas elas acabam por nos encontrar", lamenta.
O odor nauseabundo dessas espécies sugere que sejam algas castanhas do mar dos Sargaços, no Atlântico Norte, segundo o diretor da Agência de Proteção Ambiental, Paul Lamin.
"O meu departamento recebeu informações sobre a sua presença em vários países da África Ocidental em março e abril deste ano, mas na Serra Leoa geralmente vemo-las na estação chuvosa, em quantidades variadas, dependendo do ano", disse.
A praia de Lumley, na parte oeste de Freetown, que costuma atrair muitos jovens no fim de semana, está deserta.
Nessa estância situa-se o complexo turístico Sugarland, cujo gerente, Aruna Foday, lamenta a perda de rendimento devido às algas.
"Fechámos o bar e o restaurante por causa do cheiro. Esperamos retomar após a estação chuvosa. O negócio está a ressentir-se", diz.
Durante os meses de julho e agosto, as algas tendem a aparecer. É neste período de baixa temporada turística que a Direção Nacional de Turismo lança a operação de limpeza da praia.
"É uma tarefa difícil porque as algas chegam constantemente", diz a diretora-geral, Fatmata Kroma, apelando aos moradores para ajudarem na limpeza e contribuírem para o fim dessas espécies marinhas.
O lixo atirado ao mar e a lavagem de roupas na praia também representam um desafio para o turismo.
"O oceano não é uma lata de lixo", considera, com indignação.
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