"A paz é sempre possível entre atores de boa vontade. Senti essa vontade do Presidente Mahamat Idriss Déby e encorajo-o", disse Sall, citado pela imprensa chadiana.
Sall assegurou que a UA "apoiará o Chade" e exortou a comunidade internacional a fazer o mesmo quando este país se preparar para iniciar um diálogo nacional em 20 de agosto em N'Djamena, no qual participam Governo, grupos rebeldes, partidos políticos, sociedade civil e sindicatos.
Nesse sentido, o presidente da UA exortou os grupos armados que não assinaram o acordo de paz em Doha (Qatar) entre a junta militar e mais de 40 grupos rebeldes em 08 de agosto a aderirem ao diálogo nacional, para que "as conclusões sejam as melhores para o Chade e África".
Para Sall, a transição chadiana desde a morte em abril de 2021 do Presidente Idriss Déby, que governou o país durante 30 anos, está a ter uma "evolução positiva".
Além disso, encorajou Déby - filho do ex-presidente -, a manter-se no caminho do diálogo por ser "a melhor opção".
Sall chegou a N'Djamena na segunda-feira depois de visitar o Mali, onde se reuniu com o presidente da junta militar que governa o país, coronel Assimi Goita, com quem debateu o processo de transição e cooperação entre o Senegal e o Mali.
O presidente da UA também visitará o Gabão nesta deslocação a vários países africanos.
O Chade planeia iniciar um diálogo de reconciliação nacional em 20 de agosto, que desde fevereiro vinha sendo repetidamente adiado.
Desde meados de março que o Qatar acolhe um processo de pré-diálogo com mais de 1.300 participantes no qual as autoridades do país árabe foram mediadoras, após a recusa de alguns grupos rebeldes em dialogar diretamente com o governo de transição.
No âmbito dessas conversações, foi assinado em 08 de agosto um acordo de paz entre a junta militar chadiana e 42 grupos rebeldes.
O Chade está sob o poder do Conselho Militar de Transição (CMT) desde a morte em abril de 2021 do Presidente Idriss Déby Itno - que governava o país desde 1990 - durante confrontos violentos entre rebeldes e o Exército chadiano.
Depois de tomar o poder, a CMT, liderada por Mahamat Idriss Déby -- de 38 anos e filho do ex-presidente - anulou a Constituição e dissolveu o Governo e o parlamento.
No entanto, Déby prometeu realizar eleições livres e democráticas no prazo de 18 meses, após a realização de um "diálogo nacional inclusivo" com toda a oposição política e os numerosos grupos rebeldes.
Desde o início, o líder da CMT contou com o apoio da comunidade internacional, liderada pela França, União Europeia e UA, já que o Exército do Chade é um dos pilares da guerra contra grupos fundamentalistas islâmicos da região do Sahel, juntamente com as tropas francesas da missão Barkhane.
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