Ucrânia. Ex-autarca opositor de Putin libertado com restrições

Um tribunal russo libertou hoje o opositor do regime Yevgeny Roizman, antigo presidente da câmara de Ekaterinburg, enquanto aguarda o julgamento por "desacreditar" o exército, informou a agência de notícias Ria Novosti.

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Lusa
25/08/2022 18:28 ‧ 25/08/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Fundador de uma fundação de caridade com o seu nome e uma das poucas figuras da oposição russa ainda em liberdade, Roizman, 59 anos, fica contudo proibido de usar a Internet, de participar em eventos públicos e de enviar ou receber correio, e só poderá comunicar com parentes próximos, decidiu o tribunal de Ekaterinburg, uma cidade de 1,5 milhões nos Urais (centro-oeste da Rússia).

O tribunal não acedeu, contudo, ao pedido dos investigadores para decretar a prisão domiciliária.

Os apoiantes do crítico do Presidente russo, Vladimir Putin, aplaudiram-no quando saiu do tribunal e gritaram "liberdade", segundo relatou um jornalista da agência francesa AFP.

Roizman tinha sido detido na quarta-feira sob a acusação de desacreditar os militares russos, em mais um gesto de repressão dos críticos da invasão russa da Ucrânia.

A polícia prendeu-o na sequência de buscas realizadas no seu apartamento e escritório e Roizman enfrenta até cinco anos de prisão se for condenado, ao abrigo de uma nova lei adotada após a Rússia enviar tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro.

Os tribunais russos têm aplicado cada vez mais multas e, ocasionalmente, penas de prisão aos críticos da ação de Moscovo na Ucrânia.

Segundo a Net Freedoms, um grupo de apoio jurídico focado em casos de liberdade de expressão, em meados de agosto cerca de 4.000 processos relacionados com esta nova legislação estavam em curso na Rússia.

Outro grupo de direitos humanos, a OVD-Info, contou um total de 90 processos criminais.

O relatório do grupo, divulgado esta semana, também apontava para 16.437 detenções realizadas no âmbito de protestos contra a ofensiva militar que cumpriu na quarta-feira seis meses.

Leia Também: Putin ordena reforço das Forças Armadas com 137.000 novos militares

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