As declarações foram feitas durante a reunião da Presidente Tsai Ing-wen, em Taipé, com a senadora norte-americana, Marsha Blackburn, -- a segunda visita de membros do Congresso dos EUA desde a viagem da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, no início de agosto.
A visita de Pelosi levou a China a lançar exercícios militares nos quais disparou vários mísseis e enviou dezenas de aviões e navios de guerra para cercar a ilha.
A China, que não só acredita que Taiwan faz parte do seu território e deve ser subjugado pela força, se necessário, mantém ainda relações próximas com a Rússia, mesmo perante o ataque de Moscovo à Ucrânia.
"Estes desenvolvimentos demonstram como é que os países autoritários estão a perturbar e a ameaçar a ordem mundial", disse Tsai.
A senadora republicana do Tennessee reafirmou os valores partilhados entre os governos norte-americano e taiwanês e disse estar "ansiosa por continuar a apoiar Taiwan no seu avanço como nação independente".
O presidente da China, Xi Jinping, "não deixará de ameaçar a segurança de Taiwan simplesmente porque seria do interesse de todos fazê-lo", disse Blackburn. "Ele não é um líder normal e não tem qualquer interesse em reações normais ou relações normais com o resto do mundo".
A China vê as visitas de estrangeiros de alto nível a Taiwan como uma interferência nos seus assuntos e um reconhecimento de facto da soberania dos taiwaneses.
Por consequência, a China cortou os contactos com os Estados Unidos em questões vitais, como assuntos militares e cooperação climática, suscitando preocupações sobre uma abordagem mais agressiva por parte de Pequim.
Taiwan procura agora estabelecer uma cooperação reforçada em matéria de defesa e de armamento com os EUA, a par de laços económicos mais estreitos.
Blackburn, que chegou a Taipé na quinta-feira, disse que "a região Indo-Pacífico é a próxima fronteira para o novo eixo do mal", daí ser importante "posicionarmo-nos contra o Partido Comunista Chinês".
Washington não tem laços diplomáticos oficiais com Taipé, em deferência à China, mas continua a ser a maior garantia de segurança da ilha, com a lei americana a exigir-lhe que Taiwan tenha os meios para se defender e considerar as ameaças à ilha como assuntos de "grande preocupação".
Desde que foi eleita a presidente Tsai, a China tem aumentado a pressão sobre Taiwan, depois da líder taiwanesa ter recusado apoiar o conceito de uma só nação chinesa.
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