Presidente da Guiné Equatorial vai concorrer a novo mandato em novembro
O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, vai candidatar-se pelo Partido Democrático da Guiné Equatorial a um novo mandato nas eleições presidenciais antecipadas de 20 novembro, anunciou hoje o seu filho e vice-Presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue.
© Lusa
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"Pelo seu carisma, liderança e experiência política, a direção executiva do PDGE elegeu por unanimidade o irmão militante Teodoro Obiang Nguema Mbasogo como o candidato que representará o partido nas eleições presidenciais do próximo 20 de novembro", escreveu o vice-Presidente e encarregado da Segurança Nacional, 'Teodorin', no Twitter, citado pela Efe.
Obiang governa o país desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macías num golpe de Estado, e é o Presidente há mais tempo em exercício no mundo.
O anúncio de 'Teodorin' desfaz assim a dúvida sobre a continuidade de Obiang à frente dos destinos da Guiné Equatorial, já que no último congresso do partido que sustenta o Governo, em novembro passado, o presidente e fundador tinha-se escusado a dizer se iria concorrer ou não.
As eleições presidenciais, previstas inicialmente para o próximo ano, foram antecipadas para novembro.
"Na República da Guiné Equatorial são convocadas eleições presidenciais, Câmara dos Deputados, Senado e municipais (...). As eleições assim convocadas terão lugar no domingo, 20 de novembro de 2022", refere o decreto assinado por Obiang.
O texto recorda que as eleições presidenciais devem ser designadas "durante os primeiros quatro meses do ano 2023", mas são antecipadas para coincidir com as eleições legislativas e municipais.
O chefe de Estado justifica a antecipação das eleições devido "à atual crise económica global multifacetada", causada pela queda dos preços dos combustíveis, a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a pandemia de covid-19 e as explosões, em 07 de março de 2021, num quartel militar na cidade continental de Bata, que causaram mais de uma centena de mortos.
Estas circunstâncias, explica no decreto, "afetaram as previsões económicas, distorceram e aniquilaram a capacidade das finanças públicas para enfrentar quatro eleições sucessivas num período de quatro meses".
A campanha eleitoral terá início em 03 de novembro e terminará em 18 de novembro.
As últimas eleições presidenciais foram realizadas em abril de 2016, quando Obiang foi reeleito com pouco mais de 95% dos votos, um resultado marcado por alegações de fraude por parte dos candidatos da oposição e da comunidade internacional.
Desde a sua independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial tem sido considerada pelas organizações de direitos humanos como um dos países mais corruptos e repressivos do mundo, devido a acusações de detenção e tortura de dissidentes e alegações de fraude eleitoral repetida.
A Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014, tem 18 partidos políticos legalizados, embora na prática não exista uma oposição que seja uma alternativa a Obiang.
Obiang governa o país com punho de ferro desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macias, num golpe de Estado, sendo o Presidente mais antigo do mundo.
[Notícia atualizada às 17h49]
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