"Pé foi amputado. A partir de 24 de fevereiro, isso tornou-se vantagem"
Yevhenii Monastyrskyi, jovem ucraniano a viver nos Estados Unidos, conta episódios pelos quais os seu pai, ainda em Lugansk, na Ucrânia, está a viver.
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Mundo Guerra na Ucrânia
A história é contada por Yevhenii Monastyrskyi. O ucraniano, que atualmente vive nos Estados Unidos, revelou, numa publicação no Twitter, o que sucedeu ao pai, atualmente em Lugansk, uma das regiões onde os russos levaram a cabo "referendos" de anexação.
"O meu pai está em Lugansk. Ele não quis sair mais cedo e, após 24 de fevereiro [data em que a Rússia invadiu a Ucrânia], era tarde demais", começa por indicar Monastyrskyi.
"Como consequência de sofrer de diabetes tipo 2, parte do seu pé teve de ser amputado. Contudo, após 24 de fevereiro, isso tornou-se na sua vantagem - os russos não o podem mobilizar", acrescenta o jovem ucraniano.
Na mesma rede social, Yevhenii Monastyrskyi conta outro 'episódio'. Numa publicação datada de 27 de setembro, explica que "ontem, bandidos armados e colaboradores locais tentaram forçá-lo [ao pai de Yevhenii] a participar no 'referendo'".
"Ele apenas foi capaz de o evitar devido à sua deficiência. Os vizinhos disseram aos russos que o meu pai tem muita dificuldade em caminhar, por isso ele não poderia abrir a porta", termina.
Yesterday, armed thugs and local collaborators attempted to force him to participate in the "referendum." He was only able to avoid it due to his disability. Our neighbors told the russians thugs that my father has hard time walking, so he could not open the door.
— Yevhenii Monastyrskyi (@YMonastyrskyi) September 27, 2022
De recordar que as autoridades pró-Rússia em quatro regiões ucranianas reivindicaram, na terça-feira, uma vitória do 'sim' à anexação pela Rússia. De acordo com autoridades eleitorais instaladas pela Rússia, 93,11% dos cidadãos de Zaporijia [Zaporizhzhia] votaram a favor da anexação à Rússia, após a contagem de 100% dos boletins de voto.
Na região de Kherson, a administração de Moscovo informou que 87,05% dos eleitores votaram a favor do 'sim' à anexação, tendo sido também contados todos os votos.
Em 2014, a Rússia já tinha usado o resultado de um referendo realizado sob ocupação militar para legitimar a anexação da península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.
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