"É importante, e foi isso que combinámos, olhar de forma mais detalhada não só a questão política, mas técnica, quais são as vantagens dos diferentes formatos", afirmou Catherine Colonna, questionada pelos jornalistas no fim do encontro com o seu homólogo português, João Gomes Cravinho."
O chefe da diplomacia portuguesa referiu que os dois países vão continuar a trabalhar para chegarem a uma solução que convenha a todos, baseados numa "numa relação de amizade, de dois amigos, que gostam um do outro e trabalham bem juntos".
"Mesmo quando não estamos de acordo sobre todos os pontos, trabalhamos juntos para encontrar soluções satisfatórias para os dois lados", indicou.
Catherine Colonna argumentou que "a Europa precisa de solidariedade, de desenvolver a sua independência energética e, a curto-prazo, precisa diversificar o seu aprovisionamento energético", elementos que terão que ser combinados "da melhor maneira".
O encontro entre os dois governantes aconteceu esta manhã, no Quai d'Orsay, em Paris, onde ambos discutiram o gasoduto MidCat, um projeto de ligação da Espanha à França através de um gasoduto que atravessa os Pirenéus Orientais, com uma ligação também entre Espanha e Portugal, bem como a atual situação internacional, a guerra na Ucrânia e outros pontos importantes na agenda internacional.
O Presidente francês disse na quinta-feira em Praga que mantinha a sua oposição a um gasoduto que ligue a Península Ibérica ao resto da Europa, argumentando que a Europa deve investir nas interconexões elétricas.
Há uma semana, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus português esteve em Paris, onde após uma reunião com a sua homóloga francesa, a França se teria comprometido a "revisitar" os argumentos da Espanha e de Portugal para a construção do MidCat.
Em 22 de setembro passado, em entrevista à Lusa em Bruxelas, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus afirmou que o Governo português ainda acreditava que seria "possível convencer a França" a permitir interligações desde a Península Ibérica para o fornecimento de gás, e mais tarde hidrogénio, à Europa, mas admitiu como alternativa uma ligação através de Itália.
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