Merkel referiu que vai doar os 150.000 dólares atribuídos pelo Prémio Nansen da agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) aos outros quatro laureados regionais, que também foram reconhecidos durante uma cerimónia em Genebra.
Filippo Grandi, alto comissário da ONU para os Refugiados, entregou o prémio à ex-chanceler alemã, destacando "a sua liderança, coragem, compaixão, influência positiva e de princípios na Europa e no mundo".
Numa das poucas aparições públicas desde que deixou o cargo em dezembro, Merkel elogiou outras pessoas pelo acolhimento que supervisionou num momento em que muitos sírios fugiam de conflitos internos, e que ainda se mantêm atualmente.
"Do meu ponto de vista, esta honra que estou a receber aqui hoje vai acima de tudo para as inúmeras pessoas que se manifestaram na época e a quem devemos agradecer por termos lidado com a situação", sublinhou.
A política alemã também elogiou a Turquia, vizinha da Síria, por acolher 3,8 milhões de refugiados, e apontou para o grande número de refugiados sírios acolhidos pelo Líbano e pela Jordânia, em relação às suas populações.
"Para a Alemanha, a situação naquela época era um desafio, mas sabemos que outros países enfrentaram tarefas ainda maiores", apontou Merkel.
O Prémio Nansen para Refugiados do ACNUR homenageia indivíduos, grupos ou organizações que vão "acima e além do dever" para proteger refugiados e outras pessoas deslocadas e apátridas.
Mais de 60 laureados receberam o prémio desde que este foi fundado, em 1954, para homenagear Fridtjof Nansen, um cientista, explorador e diplomata norueguês que foi o primeiro comissário para refugiados na Liga das Nações -- a antecessora das Nações Unidas.
Entre laureados anteriores estão o senador norte-americano Edward Kennedy, a estrela da ópera Luciano Pavarotti ou as agências humanitárias Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras.
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