Bolsonaro fica em silêncio após ameaça de Lula e toca-lhe no ombro

O presidente brasileiro foi criticado por ter contado uma história duvidosa sobre adolescentes venezuelanas e, perante mais críticas durante o debate com Lula da Silva, preferiu o silêncio e a aproximação física. Lula não correspondeu.

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Hélio Carvalho
17/10/2022 08:43 ‧ 17/10/2022 por Hélio Carvalho

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Brasil

O domingo começou com uma grande polémica em torno de Jair Bolsonaro, sobre uma história contada pelo próprio na qual "pintou um clima" com adolescentes venezuelanas, e acabou com mais um momento viral físico do presidente brasileiro, por motivos bem diferentes.

Durante o primeiro debate presidencial entre Bolsonaro e o antigo presidente (e favorito nestas eleições), Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do PT questionou Bolsonaro sobre a corrupção no governo brasileiro e a falta de transparência, especialmente quanto ao escândalo envolvendo a Petrobras.

Lula da Silva deixou um aviso ao presidente, afirmando que Bolsonaro vai "explicar a forma sigilosa que colocou em tantas coisas na sua vida".

"Você sabe que isso tem perna curta, porque vai acabar. Porque eu vou ganhar as eleições e quando chegar o dia 1 de janeiro, eu vou pegar no seu sigilo e vou botar o povo brasileiro por que você esconde tanta coisa. Afinal de contas, se é bom não precisa esconder", disse.

Seguiu-se um silêncio constrangedor, no qual Lula disse que esta "à disposição" do presidente. Bolsonaro olhou para o seu concorrente, sorriu e, em silêncio, aproximou-se de Lula da Silva, tocou-lhe no ombro e disse, com tom de brincadeira: "Fica aqui, Lula".

Lula da Silva reagiu afastando a mão de Bolsonaro, afastando-se do presidente e acrescentando que Bolsonaro "era um puxa-saco" durante o seu mandato à frente do Brasil, pois "todo discurso no congresso nacional quando era deputado era falando mal de mim".

Na internet, as reações variaram entre a brincadeira e a forte crítica a Bolsonaro, por invadir o espaço pessoal de Lula da Silva.

O debate ficou marcado por três grandes temas, nomeadamente a proliferação de notícias falsas pelo presidente brasileiro, a corrupção dos mandatos dos dois candidatos à frente do Brasil e a má gestão da pandemia por Bolsonaro, que culminou com a morte de 600 mil brasileiros.

Lula da Silva criticou durante o candidato do Partido Liberal, por ter contribuído para a morte de milhares de brasileiros ao espalhar 'fake news' sobre tratamentos alternativos à vacina contra a Covid-19.

Já Bolsonaro acabou por criticar o PT pelo crescimento da corrupção, e atacou ainda os habitantes das favelas. O presidente colou a esquerda ao crime organizado nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo e, comentando um recente comício de Lula no Complexo do Alemão (uma das maiores favelas do Rio), disse que o PT é "amigos dos bandidos". "Na favela não tinha polícia ao seu lado, só traficantes", disse

Depois da vitória de Lula da Silva na primeira volta, com menos de 50% dos votos, os dois candidatos voltam a defrontar-se nas urnas a 30 de outubro. As últimas sondagens continuam a dar a vantagem a Lula, mas Bolsonaro teve um resultado melhor do que o esperado na primeira volta e, desde então, não reduziu as queixas e dúvidas sobre a transparência do processo eleitoral, uma atitude criticada pela comunidade internacional e pelas próprias entidades civis e militares do Brasil.

Leia Também: Pandemia, corrupção e fake news. O debate entre Lula e Bolsonaro

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