O Qatar mandou despejar vários edifícios de apartamentos onde residem milhares de trabalhadores estrangeiros, no centro da capital Doha, que se prepara para receber os adeptos do Campeonato Mundial de Futebol. A notícia foi avançada pela Reuters, que cita os trabalhadores lesados.
Segundo a agência de notícias, mais de uma dezena de prédios foram evacuados e fechados pelas autoridades, obrigando os trabalhadores - asiáticos e africanos, na maioria - a procurar asilo.
A decisão surge a pouco menos de um mês do início do Mundial do Qatar, que tem suscitado discussão para o tratamento dos trabalhadores estrangeiros.
Num dos edifícios, onde residiam 1.200 pessoas, as autoridades alertaram os trabalhadores pelas 20h de quarta-feira de que só tinham duas horas para abandonar o local. Às 22h30 regressaram, obrigaram todos a sair e trancaram as portas. Houve quem não conseguisse ir buscar os seus pertences.
“Não temos para onde ir”, disse um trabalhador à Reuters, que - à semelhança de outras testemunhas - recusou identificar-se, com medo de represálias por parte das autoridades do país ou dos empregadores.
Fonte do governo do Qatar alegou que os despejos não estão relacionados com o evento desportivo, mas sim com “os planos abrangentes e a longo prazo em curso para reorganizar as áreas de Doha”.
“Desde então, todos os trabalhadores foram alojados em alojamentos seguros e adequados”, disse a fonte, acrescentando que os pedidos de despejo "teriam sido efetuados com a devida antecedência".
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