Os ministros dos Negócios Estrangeiros destes dois países do Cáucaso deverão ter conversações hoje nos Estados Unidos moderadas pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
Há apenas uma semana, o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, e o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, prometeram "não usar a força" durante uma cimeira na Rússia com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Durante a noite de domingo para hoje, "unidades das forças armadas do Azerbaijão abriram fogo (...) contra posições arménias localizadas no setor leste da fronteira", disse o Ministério da Defesa da Arménia num comunicado, referindo que não houve vítimas.
Pelo seu lado, o Ministério da Defesa do Azerbaijão acusou as forças arménias de terem disparado "com armas ligeiras de diferentes calibres" contra as posições do Azerbaijão, mas não relataram perdas ou mortes.
O Kremlin, que tradicionalmente desempenha o papel de árbitro nesta região, pediu a Erevan e Baku que "se abstenham de qualquer ação que possa levar a uma escalada de tensões".
Os responsáveis da União Europeia (UE) reuniram-se em várias ocasiões Pashinian e Aliev em Bruxelas e os Estados Unidos já haviam convidado os ministros dos Negócios Estrangeiros da Arménia e do Azerbaijão em setembro para negociações de paz.
Os confrontos ocorrem regularmente na fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão.
Em setembro, os combates entre os dois países deixaram 286 mortos nos dois lados e fez crescer o temor de uma guerra em larga escala.
Os dois países disputam várias zonas de fronteira, incluindo o território de Nagorno-Karabakh, um enclave no Azerbaijão ocupado pela Arménia, que provocou um violento conflito armado entre 1993 e 1994, com milhares de vítimas, antes de um cessar-fogo que tem sido diversas vezes violado.
Enclave separatista arménio em território do Azerbaijão, país vizinho do Irão, o território do Nagorno-Karabakh foi novamente palco de violentos combates entre forças arménias e azeris em setembro e outubro de 2020, que provocou cerca de 6.500 mortos.
O Nagorno-Karabakh, habitado na época soviética por uma maioria arménia cristã e uma minoria azeri muçulmana xiita, efetuou a secessão do Azerbaijão após a queda da URSS, motivando uma guerra com 30.000 mortos e centenas de milhares de deslocados.
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