Arizona ainda conta votos e continua a ser o epicentro da desinformação

O Arizona continuava hoje a ser o epicentro da desinformação sobre as intercalares nos Estados Unidos, num Estado onde a contagem de votos ainda decorre e os Democratas estão à frente dos Republicanos na corrida ao Senado.

Notícia

© Justin Sullivan/Getty Images

Lusa
10/11/2022 23:58 ‧ 10/11/2022 por Lusa

Mundo

Eleições nos EUA

Muitas destas alegações sem fundamento, que continuam a circular dois dias depois da votação, concentravam-se nos problemas de impressão que impediram as máquinas de voto de lerem alguns boletins.

Este incidente gerou teorias da conspiração sobre fraude eleitoral, que se têm espalhado apesar das explicações das autoridades locais e das garantias de que todos os votos seriam contados.

Os rumores são repetido, em parte, porque as pessoas tinham dúvidas legítimas sobre problemas nas urnas, referiu Kate Starbird, professora da Universidade de Washington e uma das principais especialistas em desinformação.

"O problema é quando os cidadãos ligam a situação a uma alegada implicação de fraude eleitoral. Isso é percebido e reformulado como fraude eleitoral à medida que se espalha", explicou.

Boatos em outros estados aumentaram a desinformação que circulava na Internet após as eleições, sendo que em alguns caso foram amplificados por candidatos e grupos de extrema-direita, que procuravam justificar os maus resultados.

Um vídeo exibido na Fox News mostrava um funcionário eleitoral de Wisconsin a rubricar os boletins antes de serem entregues aos eleitores, um procedimento normal no dia da eleição.

Mas, esta terça-feira, as imagens foram publicadas nas redes sociais por pessoas que afirmavam que o funcionário de Filadélfia estava a manipular os boletins de voto.

Esta falsa alegação rapidamente se espalhou por 'sites' de apoiantes de Donald Trump e foi divulgada por figuras proeminentes de extrema-direita, como Michael Flynn, ex-conselheiro de segurança nacional do ex-presidente Donald Trump.

Vários candidatos Republicanos eleitos nestas eleições apoiaram os esforços fracassados de Trump para reverter sua derrota nas presidenciais de 2020.

Já na Pensilvânia, grande parte da desinformação desde as eleições concentrou-se em explicações enganosas sobre o tempo que leva a contagem dos votos.

Os EUA têm uma longa história de disputas políticas que não foram resolvidas no dia da eleição, e esses atrasos ocasionais só aumentaram nos últimos anos devido à crescente popularidade do voto por correspondência.

Em estados importantes como Pensilvânia, Michigan ou Arizona, as autoridades eleitorais não podem começar a contar os votos por correspondência até ao dia da eleição, o que gera atrasos.

Em alguns casos, teorias da conspiração sobre fraude eleitoral provocaram ameaças de violência contra autoridades no dia da eleição, principalmente em plataformas marginais e 'sites' populares entre grupos de extrema-direita. Mas, de uma forma geral, as intercalares norte-americanas ocorreram sem registo de grandes problemas.

Na Pensilvânia, o Republicano Doug Mastriano perdeu para o Democrata Josh Shapiro, na corrida a governador. No Arizona, Kari Lake estava hoje atrás da Democrata Katie Hobbs, num Estado onde não há previsão de resultados finais.

Com a contagem de votos para as eleições intercalares norte-americanas no segundo dia, os Republicanos estão a apenas nove lugares de alcançarem a maioria na Câmara de Representantes e o controlo do Senado está ainda em aberto.

Segundo projeções do jornal Politico, os Republicanos lideram a conquista de lugares no Senado com 49 assentos, face a 48 assegurados pelos Democratas, num total de 100 assentos em disputa.

No Arizona e Nevada tudo permanece em aberto, com centenas de milhares de votos ainda a serem contabilizados.

Contudo, a Geórgia será responsável por arrastar o processo eleitoral até dezembro, quando o estado irá novamente a votos para nomear um senador para o Congresso, depois de nenhum dos candidatos ter atingido a marca de 50%.

Leia Também: Trump Jr. pede que eleitores não saiam da fila após problemas no Arizona

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas