Trata-se de menos 680 mil uniões matrimoniais do que o registado em 2020 e o oitavo ano consecutivo em que os vínculos nupciais caíram, ficando pela primeira vez abaixo dos 8 milhões, desde 2003.
A notícia sobre a queda no número de matrimónios foi recebida com pouca surpresa pelos internautas do país. "Certamente que não está relacionada com os preços das casas", ironizou um utilizador da rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China. "Lembrem-se deste número, porque será o mais alto nos próximos anos", alertou outro.
De acordo com o censo nacional apresentado no ano passado, que é realizado a cada dez anos, a China tem hoje quase 1,412 mil milhões de habitantes, embora o envelhecimento e as baixas taxas de natalidade tenham feito soar o alarme em Pequim.
Em 2021, a população chinesa aumentou em 480 mil pessoas, o menor número desde 1962 e que coloca o país asiático à beira do crescimento negativo.
A maioria das províncias já em recessão demográfica estão localizadas no nordeste, norte e centro do país e incluem grandes administrações urbanas, como Xangai (leste) ou Tianjin (nordeste).
A taxa de fertilidade do gigante asiático caiu abaixo do nível de reposição de 2,1 em 1992 e, em 2020, fixou-se em 1,3.
A China aboliu a política de filho único em 2016, mas os custos crescentes com educação, saúde e propriedade impedem a maioria das famílias de ter mais do que uma criança.
A Comissão Nacional de Saúde da China confirmou, no verão passado, que a população do país, o mais populoso do mundo, com cerca de 1,4 mil milhões de habitantes, experimentará um crescimento negativo antes de 2025.
Especialistas internacionais preveem que a Índia, com uma população de cerca de 1,38 mil milhões, ultrapassará a China, no futuro próximo, para se tornar o país mais populoso do mundo.
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