O navio humanitário Sea-Eye 4 resgatou, na segunda-feira, 108 migrantes que navegam em duas frágeis embarcações no Mediterrâneo Centra, transportando-os para a costa italiana.
A embarcação, da organização não-governamental (ONG) alemã Sea-Eye, começou por resgatar 68 migrantes de uma embarcação de traficantes na semana passada. No domingo, foram salvas mais 45 pessoas, que seguiam num barco de plástico, já dentro da zona de busca e resgate de Malta.
Num comunicado publicado no Twitter, a Sea-Eye disse que os dois governos procuraram impedir o resgate dos migrantes.
Die SEA-EYE 4 konnte in der Nacht von So auf Mo noch rechtzeitig den Seenotfall in der maltesischen Such- und Rettungszone erreichen & alle 45 Menschen an Bord nehmen. Zuvor hatten sowohl #Italien als auch #Malta aktiv versucht, die Rettung dieser Menschen zu verhindern! 1/3 pic.twitter.com/1VI2ldwzNH
— sea-eye (@seaeyeorg) December 19, 2022
"Malta instruiu os dois navios mercantes a ignorar o resgate e ameaçou com consequências. É um escândalo que Malta não realize os seus próprios resgates na sua própria zona de busca e resgate, mas tente ativamente impedir resgates por navios mercantes", explicou a ONG.
O governo italiano eventualmente disse ao Sea-Eye 4 para se dirigir ao porto de Livorno, avisando o navio para não acolher mais migrantes.
A ONG demorou 35 horas a encontrar a segunda embarcação, graças ao contacto com outros dois navios mercantes malteses.
Em entrevista ao Notícias ao Minuto, a porta-voz de outra ONG que opera no Mediterrâneo Central, a SOS Mediterranée, explicou a crescente criminalização das operações de resgate nesta zona do globo, que diz ser "a rota migratória mais mortífera do mundo". Pode ler a entrevista aqui.
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