Ministro israelita na Esplanada das Mesquitas apesar das ameaças do Hamas

O novo ministro da Segurança Nacional e figura de extrema-direita de Israel visitou hoje a Esplanada das Mesquitas, um local sagrado no centro das tensões em Jerusalém Oriental, apesar das ameaças do Hamas palestiniano.

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Lusa
03/01/2023 07:53 ‧ 03/01/2023 por Lusa

Mundo

Cisjordânia

"O nosso Governo não cederá às ameaças do Hamas", disse Itamar Ben Gvir, após o movimento islâmico palestiniano Hamas, que controla a Faixa de Gaza, afirmar que a decisão do ministro de visitar o local se tratava de "um prelúdio para uma escalada na região".

Terceiro local mais sagrado do Islão e o local mais sagrado do judaísmo, o espaço também conhecido como "Monte do Templo" fica situado na Cidade Velha de Jerusalém, no setor palestiniano ocupado e anexado por Israel.

Em virtude do 'status quo' histórico, os não-muçulmanos podem visitar o local em momentos específicos, mas não podem rezar ali. Nos últimos anos, contudo, um número crescente de judeus, sobretudo nacionalistas, têm-no feito, o que tem sido denunciado pelos palestinianos como uma "provocação".

Itamar Ben Gvir, que ali se deslocou várias vezes como membro do parlamento, anunciara a intenção de se deslocar à Esplanada das Mesquitas como ministro.

Em 2000, a visita de Ariel Sharon, então líder da oposição de direita israelita, foi vista pelos palestinianos como uma provocação. No dia seguinte, confrontos sangrentos entre palestinianos e polícias israelitas marcaram o início da segunda Intifada (sublevação palestiniana, 2000-2005).

Em maio de 2021, a violência em Jerusalém Oriental, particularmente na Esplanada das Mesquitas, foi o prelúdio de uma guerra de 11 dias entre o Hamas e Israel.

"O Monte do Templo é o lugar mais importante para o povo de Israel, mantemos a liberdade de movimento para muçulmanos e cristãos, mas os judeus também irão até ao Monte do Templo e aqueles que ameaçam devem ser tratados com mão de ferro", acrescentou Ben Gvir.

Advogado, Itamar Ben Gvir tornou-se ministro em dezembro no Governo liderado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Defende a anexação por Israel da Cisjordânia, onde vivem 2,9 milhões de palestinianos e 475.000 israelitas, em colonatos considerados ilegais, segundo o direito internacional.

Defende também a transferência de parte da população árabe de Israel, considerada desleal, para países vizinhos.

Leia Também: Alteração na Esplanada das Mesquitas significará "declaração de guerra"

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