Os membros do Comité, presidido pelo chefe da diplomacia da Jordânia, Ayman Safadi, e que integra os seus homólogos dos Emirados Árabes Unidos, Argélia, Arábia Saudita, Qatar, Egito e Marrocos, e ainda a Autoridade Palestiniana, condenaram "a deslocação do ministro [da Segurança Pública israelita, Itamar Ben Gvir] a Al Aqsa", um dos locais de culto mais sagrados para o Islão, que decorreu na passada terça-feira e definida como uma "provocação".
O comunicado conjunto considera que esta decisão do novo Executivo do Estado judaico, liderado de novo por Benjamin Netanyahu em coligação com forças da direita extremista e xenófoba, constitui "uma violação inaceitável do Direito internacional e do 'statu quo' histórico e legal em Jerusalém, assim como dos seus lugares sagrados".
A pedido da Autoridade Palestiniana e da Jordânia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas deverá analisar a situação na região, hoje ao início da tarde na sede da organização em Nova Iorque (20:00 em Lisboa), informou a agência noticiosa WAFA.
Terceiro local mais sagrado do Islão e o local mais sagrado do judaísmo, sob a designação de "Monte do Templo", a Esplanada das Mesquitas está situada na Cidade velha de Jerusalém, no setor palestiniano ocupado e anexado por Israel.
O 'statu quo' na Esplanada das Mesquitas impede os judeus de orarem e autoriza apenas que visitem o local em horários pré-definidos e que o percorram através de um trajeto estabelecido, acompanhados por polícias que devem zelar para que os fiéis não rezem ou ali coloquem bandeiras israelitas ou objetos religiosos judaicos.
Nos últimos anos, contudo, um número crescente de judeus, sobretudo nacionalistas, têm-no feito sub-repticiamente, um gesto denunciado como uma "provocação" pelos palestinianos e diversos países do Médio Oriente.
Israel controla a Esplanada das Mesquitas e a restante Cidade Velha de Jerusalém desde o final da Guerra dos Seis Dias (1967). No entanto, permitiu que a Jordânia mantenha a autoridade religiosa do local, reconhecendo o "papel especial" do vizinho árabe sobre "os lugares santos muçulmanos em Jerusalém", mesmo que considere esta cidade como a sua capital "indivisível".
O estatuto da cidade permanece no entanto pendente de um acordo de paz com as autoridades palestinianas, que reivindicam Jerusalém Leste como a capital da Palestina nas fronteiras de 1967 no âmbito de uma solução de dois Estados apoiada pela generalidade das instâncias internacionais, e que também prevê a preservação do atual 'status quo'.
Leia Também: Conselho de Segurança da ONU discute provocações em Jerusalém