"Estamos numa operação de descarga do navio MV Greenwich" com 20.400 toneladas de fertilizantes que "têm como destino final a República do Maláui", referiu Miguel de Jenga, diretor de operações da Cornelder Moçambique, operadora do terminal.
A operação começou "há dois dias", depois de o navio atracar e Moçambique serve como país de trânsito da carga, importante para a atividade agrícola na região.
A falta de fertilizantes e de produtos agroindustriais tem provocado um aumento dos preços, com particular impacto em África.
O MV Greenwich, de bandeira britânica, partiu da Nova Zelândia a 29 de novembro, fretado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).
A empresa de fertilizantes russa Uralchem-Uralkali concordou em meados de novembro em exportar carregamentos humanitários para África que tinham sido bloqueados em armazéns na Bélgica, Países Baixos e Estónia como parte das sanções impostas à Rússia em resposta à guerra na Ucrânia.
O carregamento é o primeiro de uma série de fornecimentos russos a países africanos que estavam bloqueados em portos europeus e que foram doados pela firma russa.
No total, a doação é de 260 mil toneladas e, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, vai ajudar a "aliviar as necessidades humanitárias e evitar uma perda catastrófica de colheitas em África, em plena época de sementeira".
A iniciativa faz parte do acordo que a Ucrânia e a Rússia selaram em julho, com o apoio da Turquia e da ONU, e que também permitiu a retomada das exportações de cereais ucranianos pelo mar Negro.
Embora as sanções dos países ocidentais contra a Rússia não afetem alimentos e fertilizantes, segundo Moscovo, as suas exportações deste tipo de produtos foi praticamente paralisada devido a restrições de empresas de logística ou dificuldades em garantir os carregamentos.
A ONU está a alertar há meses para o perigo que representa o forte aumento dos preços dos fertilizantes desde 2019, com um aumento de 250%, tornando-os inacessíveis para muitos agricultores de países em desenvolvimento.
Consequentemente, a ONU receia que as colheitas sejam prejudicadas, provocando uma grave crise alimentar, principalmente em África.
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