Um ano depois, sabe-se que a guerra contra a Ucrânia gerou mais de 14 milhões de deslocados: oito milhões fugiram para países vizinhos e 6,5 milhões permaneceram em território ucraniano, mas fora do local habitual de residência, segundo dados da ONU.
Mas ninguém sabe ao certo quantas pessoas morreram.
Entre os civis, a ONU contabilizou já mais de 7.150 mortos e quase 11.700 feridos, mas sempre que atualiza os dados avisa que os números reais serão mais elevados.
Do lado dos militares, as informações ou são exageradas ou pecam por defeito, dependendo do lado que as divulga.
A Ucrânia reclamou, no início de fevereiro, mais de 133 mil soldados russos mortos, quase 400 mil feridos e cerca de um milhar de prisioneiros.
Os Estados Unidos já avançaram com estimativas de 200 mil mortos e feridos inicialmente para os dois lados, mas mais recentemente, em janeiro, admitiram que as baixas russas se estavam a aproximar deste número.
A Noruega avançou, em janeiro, com 180 mil mortos e feridos do lado russo, 100 mil do lado ucraniano e 30 mil entre os civis.
Mas Oslo advertiu, segundo o jornal norte-americano The New York Times, que há muita incerteza e que os números podiam ser inferiores ou até superiores.
Com muitas cidades arrasadas e muitas infraestruturas destruídas, o Governo ucraniano calcula que a guerra causou ao país prejuízos entre 550 mil milhões e 690 mil milhões de euros.
Desde o início do conflito, os aliados ocidentais da Ucrânia forneceram ajuda em equipamento militar, mas também em fundos que permitiram o funcionamento da administração e a recuperação de algumas zonas.
O Banco Mundial Banco Mundial (BM) aprovou, em junho, um financiamento de 1.400 milhões de euros para o Governo ucraniano pagar salários aos funcionários públicos.
A Ucrânia diz que recebeu mais de 30 mil milhões de euros em 2022, mas conta com promessas de organizações como a União Europeia ou o G7, bem como países como os Estados Unidos ou o Japão, para financiar a guerra e a reconstrução do país, quando isso for possível.
Do lado da Rússia, os sucessivos pacotes de sanções ocidentais terão afetado a economia do país, mas Moscovo tem procurado traçar um cenário menos dramático.
De tempos a tempos, o líder russo, Vladimir Putin, admite algumas das consequências das sanções para culpar o "Ocidente coletivo", como lhe chama, pela escassez de alguns bens, como fez com os medicamentos.
Nessas ocasiões, "ordena" à indústria do país que aumente a produção para compensar as faltas.
Para já, Moscovo terá conseguido evitar uma queda de 8-10 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) como se previu.
Segundo dados de instituições como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional (FMI), "2022 foi um ano mau para a economia russa", como assinalou recentemente o Conselho Europeu.
As estimativas apontam para uma quebra do PIB em 2022 entre 2,2% e 3,9%, mas antes da guerra, a previsão era que a economia russa crescesse 3,0%, pelo que a recuperação poderá demorar algum tempo.
Os números desta guerra também surgem no campo da ajuda humanitária. Na passada quarta-feira, agências da ONU lançaram um plano de resposta às necessidades humanitárias da Ucrânia e pediram à comunidade internacional 5,6 mil milhões de dólares (5,2 mil milhões de euros) para ajudar 15,3 milhões de ucranianos em 2023.
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