ONU pede "ambições claras para reduzir pobreza e desigualdade até 2030"
A secretária-geral adjunta das Nações Unidas Amina Mohammed defendeu hoje que a comunidade internacional tem de "definir ambições claras" para ajudar os países africanos a implementarem soluções de raiz africana e atingir os objetivos.
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"Temos um entendimento comum de que através de soluções lideradas por África, nascidas em solo africano, podemos mudar o rumo e estar à altura do desafio de cumprir a Agenda 2063 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), disse Amina Mohammed durante a sua intervenção na nona sessão do Fórum Regional Africano sobre o Desenvolvimento Sustentável (ARFSD-9), que decorre esta semana em Niamey, a capital do Níger.
"Os líderes mundiais têm de definir ambições claras para reduzir a pobreza e a desigualdade até 2030 e têm de fazer isto através da realização de investimentos em África, investimento nas nossas economias, investimento no nosso povo, especialmente mulheres e jovens", acrescentou a responsável na sua intervenção, de acordo com o comunicado de imprensa enviado pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) à Lusa.
O ARFSD-9 é organizado pela UNECA em conjunto com o Governo do Níger e outros parceiros, com o tema genérico de 'Acelerar a recuperação verde e inclusiva depois de múltiplas crises e a implementação integrada e total da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2063'.
Na intervenção, a responsável da ONU salientou que os dirigentes africanos têm também de definir metas e políticas claras de redução da pobreza e da desigualdade, recomendando que alavanquem o financiamento e alinhem os ODS com as instituições e os orçamentos nacionais, para potenciar o investimento internacional no continente.
Neste sentido, a digitalização das economias será fundamental para alimentar a transformação de África, defendeu o secretário-executivo da UNECA em exercício.
"O 'business as usual' não vai resultar para África, temos de ultrapassar a divisão digital, principalmente entre os géneros, para garantir uma verdadeira inclusão, e libertar o potencial da quarta revolução industrial em África", disse António Pedro, apontando como uma grande oportunidade a previsão de que o comércio eletrónico vai aumentar 50% em África até 2025.
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