"Devemos todos trabalhar juntos para reafirmar o princípio que [os migrantes] só entram na Europa legalmente e, portanto, em condições de total segurança e proteção", declarou Meloni na carta, que foi hoje disponibilizada à imprensa.
A primeira-ministra italiana apelou à UE que "desenvolva e dinamize os canais de migração legal, divididos entre os que têm direito à proteção e os que pretendem entrar por motivos de trabalho", bem como "combater sem hesitação os grupos criminosos que promovem a migração ilegal em massa".
Meloni disse ainda que "sem uma intervenção concreta da UE, a partir das próximas semanas e durante todo o ano, a pressão migratória será sem precedentes, dado o contexto difícil que atinge vastas zonas do planeta".
A líder italiana também pediu financiamento urgente para os países de origem dos migrantes para ajudar no desenvolvimento e impedir que as pessoas tenham que sair em busca de uma vida melhor.
A questão dos migrantes voltou ao primeiro plano da política internacional após o grande naufrágio ao largo da Calábria, no sul de Itália, que ocorreu no domingo.
Foram resgatados 82 sobreviventes do naufrágio e localizados 64 cadáveres, embora a Organização Internacional para as Migrações (OIM) tenha indicado que o número de mortos poderá ultrapassar uma centena.
A embarcação, que partira da costa da Turquia quatro dias antes do naufrágio, transportava cerca de 200 migrantes procedentes do Iraque, Irão, Afeganistão e Síria.
"O naufrágio ocorrido há alguns dias a poucos metros da costa de Crotone (Calábria), no qual morreram dezenas de pessoas, incluindo muitas crianças, chocou-nos a todos", declarou Meloni na carta.
"Infelizmente, este não é um caso isolado. Em Itália, há muitos anos, lamentamos tragédias como a do último domingo, em que aqueles que tentam chegar às nossas costas em barcos improvisados perdem a vida no mar", sublinhou.
"É nosso dever moral, ainda mais do que político, fazer de tudo para evitar que infortúnios como estes voltem a acontecer", acrescentou Giorgia Meloni.
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