Oposição na Geórgia convoca novo protesto contra lei controversa

O principal partido da oposição da Geórgia voltou hoje a convocar manifestações contra um polémico projeto de lei que visa imprensa e organizações não-governamentais, um dia depois de protestos que acabaram em confrontos com a polícia.

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© David Mdzinarishvili/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
08/03/2023 12:02 ‧ 08/03/2023 por Lusa

Mundo

Geórgia

"A partir das 15h00 [11h00 em Lisboa], os georgianos vão reunir-se na Avenida Rustaveli [em Tbilissi] e isto vai continuar todos os dias (...) até à vitória", anunciou Nika Melia, figura do Movimento Nacional Unido (MNU), um partido da oposição criado pelo ex-Presidente Mikheil Saakashvili e que está atualmente preso.

Já na terça-feira, milhares de manifestantes reuniram-se nas ruas para protestar contra um projeto de lei que prevê que organizações que recebam mais de 20% dos seus financiamentos de entidades estrangeiras sejam classificadas como "agentes estrangeiros", sob pena de multas.

Este projeto é semelhante ao adotado na Rússia em 2012 e que a presidência russa (Kremlin) tem usado várias vezes como arma de repressão de órgãos de comunicação social, organizações de oposição ao regime, ativistas de direitos humanos ou simplesmente vozes críticas.

O protesto de terça-feira foi maioritariamente pacífico, mas quando um manifestante atirou um 'cocktail molotov' contra um cordão da polícia de choque, tiveram início confrontos que provocaram ferimentos a pelo menos 50 polícias e levaram à detenção de 66 pessoas.

A polícia utilizou gás lacrimogéneo e canhões de água contra os manifestantes que se reuniram do lado de fora do parlamento, depois dos deputados terem aprovado o projeto de lei, de acordo com imagens da estação independente Pireli TV.

A Presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, referiu, em declarações às televisões, que está "ao lado" dos manifestantes.

"A Geórgia livre vê o seu futuro na Europa e não vai deixar que ninguém lhe roube esse futuro", sublinhou, pedindo ainda que a lei seja "revogada", prometendo vetá-la.

No entanto, este veto pode ser ultrapassado pelo partido no poder, que controla mais de metade dos assentos parlamentares.

A Geórgia, uma pequena ex-república soviética no Cáucaso, tem ambições de ingressar na União Europeia e na NATO, mas várias medidas do Governo lançaram recentemente uma sombra sobre estas aspirações e levantaram dúvidas sobre os seus laços com o Kremlin.

Leia Também: Mais de 60 detidos em protestos na Geórgia contra lei controversa

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