O novo acordo com França foi um resultado da cimeira franco-britânica que teve lugar hoje em Paris, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.
"Nos próximos três anos, a contribuição do Reino Unido será de 141 milhões de euros em 2023-24, 191 milhões em 2024-25 e 209 milhões em 2025-2026", de acordo com um comunicado emitido após a cimeira franco-britânica.
Sunak anunciou ainda a abertura de "um novo centro de detenção no norte de França, um novo centro de comando que reúne as equipas [francesas e britânicas] pela primeira vez e 500 agentes adicionais para patrulhar as praias francesas".
Mais 'drones' e outras tecnologias de vigilância serão utilizados "para aumentar a taxa de interceção", acrescentou, numa conferência de imprensa conjunta.
O presidente francês salientou que os dois países querem "avançar juntos" na luta contra a imigração irregular, estando "conscientes dos desafios humanos" e da "extrema sensibilidade destas questões".
Em 2022, referiu, foram impedidas mais de 30.000 travessias e desmanteladas 55 redes de crime organizado, resultando na detenção de 500 pessoas, "graças ao trabalho da unidade conjunta franco-britânica de informação".
Pelo contrário, quase 46.000 pessoas conseguiram fazer a travessia no ano passado, contra 28.000 em 2021, de acordo com as estatísticas das autoridades britânicas.
Os dois países assinaram um novo acordo em meados de novembro que implicava a contribuição britânica de 72,2 milhões de euros para trabalharem em conjunto no combate às migrações ilegais, mas o financiamento terminaria em 2023.
"Decidimos hoje continuar nesta direcção de uma forma muito operacional, concreta e consciente da natureza partilhada da nossa responsabilidade", disse Macron.
O chefe de Estado francês colocou de parte um entendimento bilateral para França receber migrantes ilegais que cheguem ao Reino Unido, lembrando que é algo que terá de ser negociado com a União Europeia.
Desde a saída da União Europeia (UE) que o Reino Unido deixou de fazer parte da convenção de Dublin, que permite o repatriamento dessas pessoas para países considerados seguros por onde tenham passado.
Londres argumenta que os migrantes devem pedir asilo nos países europeus por onde passam, em vez de tentar chegar a território britânico.
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