A vice-presidente dos Estados Unidos anunciou na semana passada que vai fazer uma visita de uma semana ao continente africano, em mais um passo pelos EUA de ter relações mais próximas com os países africanos, cada vez mais pressionados pela China.
Através da Associated Press, a porta-voz de Kamala Harris, Kirsten Allen, disse que "a viagem irá fortalecer as parcerias dos Estados Unidos por África e avançar os esforços partilhados nos temas da segurança e da prosperidade económica".
Kamala Harris, que fez história ao tornar-se na primeira mulher e na primeira pessoa negra a assumir o cargo de vice-presidente dos EUA, vai começar a visita pelo Gana, onde estará entre os dias 26 e 29 de março. Entre os dias 29 e 31 estará na Tanzânia e, entre os dias 31 de março e 1 de abril, passará pela Zâmbia, país que visitou como criança e onde a sua própria avó trabalhou.
Segundo a sua equipa, Harris irá abordar a democracia, o empoderamento e direitos de mulheres no continente africano, a segurança alimentar e as alterações climáticas, estando previstas conversas com "jovens líderes, representantes empresariais, empreendedores e membros da diáspora africana".
A visita de Kamala Harris surge numa altura em que a administração Biden está a fazer os possíveis para agradar os países africanos. Jill Biden, a primeira-dama, e Janet Yellen, a secretária do Tesouro, viajaram recentemente a África e espera-se que o presidente, Joe Biden, faça o mesmo até ao final do ano.
Estas viagens são o símbolo de uma redobrada atenção por parte dos Estados Unidos em África. O governo de Pequim tem investido milhares de milhões de euros em projetos no continente, apoiando vários regimes e aumentando a sua esfera de influência em África, pelo que os EUA estão só agora a procurar mostrar-se como um parceiro mais viável do que a China.
A Associated Press explica, citando fontes do Departamento de Estado, que os norte-americanos estão a delinear uma estratégia de abordagem aos líderes africanos, de modo a que Washington consiga transmitir as suas preocupações em relação à economia chinesa, sem encostar as nações e voltar a criar uma política de blocos semelhante à Guerra Fria.
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