O advogado do jovem norte-americano que sobreviveu a dois tiros que levou do proprietário da casa onde tocou à campainha erradamente quando ia buscar os irmãos, considerou que o caso deveria ser tratado como crime de ódio.
"Ralph Yarl foi baleado porque estava armado com nada mais do que a sua pele negra", referiu Lee Merritt.
O advogado referiu ainda que a família do jovem também está revoltada pelo facto de o autor dos disparos, Andrew Lester ter sido libertado apenas duas horas após o tiroteio, após ter pago após ter pagado 10% do valor da fiança, quando legalmente poderia ter ficado durante 24 horas.
"Se o tivessem detido durante 24 horas, tinham-no detido tempo suficiente para obter a declaração do jovem que tinha sido baleado na cabeça", uma vez que as autoridades receberam a declaração no dia seguinte.
O caso motivou protestos. No passado domingo, dezenas de pessoas saíram à rua para pedir justiça em nome de Ralph Yarl. "Tocar à campainha não é um crime", ouvia-se na manifestação.
Recorde-se que as declarações de Lester à polícia, a que a CNN Internacional teve acesso, o homem disparou a arma após ouvir a campainha e ver uma pessoa a puxar a maçaneta da porta. Pensava que alguém iria invadir a casa e estava "assustado de morte".
No entanto, o jovem - que foi baleado no braço e na cabeça - desmentiu a versão do atirador e disse às autoridades que nunca puxou a maçaneta da porta.
Na terça-feira, o procurador do condado de Clay, Zachary Thompson, disse que "havia uma componente racial neste caso", mas não adiantou mais pormenores.
O caso remonta à passada quinta-feira, quando o adolescente tinha combinado com os pais ir recolher os irmãos por volta das 22h30 (hora local), na rua NE 115th Terrace, mas dirigiu-se, por engano, para a rua NE 115th Street.
Foi recebido a tiro pelo dono da casa, Andrew Lester, e sofreu ferimentos no braço e na cabeça. Teve alta hospitalar três dias depois, na segunda-feira.
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