Ativistas em Berlim colam mãos aos asfalto em protesto pelo clima
Ações de desobediência pacífica, que pretendem alertar para a falta de medidas para combater as alterações climáticas, têm condicionado o trânsito na capital alemã.
© Getty Images
Mundo Crise Climática
Um grupo de ativistas climáticos alemães continuou esta quinta-feira com um protesto que tem durado toda a semana, travando o trânsito nas principais estradas de Berlim ao colarem as mãos no asfalto.
A forma extrema de protesto tem sido uma prática comum em várias organizações climáticas internacionais, e visa alertar para o impacto do trânsito e do automóvel nas alterações climáticas.
Em Berlim, os ativistas da Letzte Generation (´Última Geração') consideram que o governo alemão não está a ser ambicioso o suficiente na luta contra as alterações climáticas, exigindo o fim da utilização de todos os combustíveis fósseis até 2030 e a imposição de limites de velocidade mais restritos nas autoestradas alemãs.
A Deutsche Welle explica que os protestos nas principais estradas berlinenses começaram no início da semana e, na segunda-feira, foram cortados os acessos em 33 localizações, nomeadamente na via que circunda a capital. A manifestação começou logo às 7h30, em plena hora de ponta.
Ainda no domingo, durante uma corrida de Formula E, os ativistas tentaram colar-se à pista e atrasaram o início d o grande prémio.
As autoridades têm estado atentas ao surgimento de ativistas, com centenas de polícias a marcarem presença. A forte mobilização parcial foi notada pela Letzte Generation, que tem partilhado vídeos nas redes sociais onde demonstram o que consideram ser uso de força excessiva, para retirar os manifestantes do asfalto.
Was macht ihr da @polizeiberlin? Dieser Protestteilnehmer war schon auf den Beinen, es gab keinen Grund in dieser Situation seine Handgelenke schmerzhaft zu biegen, bis er schreit.
— Raphael Thelen (@RaphaelThelen) April 27, 2023
Diese Beamt:innen müssen wissen, dass so etwas Folter ist. 1/ #LetzteGeneration pic.twitter.com/5Zq9WFFzcw
Além de colarem as mãos na estrada - uma forma de protesto baseada na desobediência pacífica, na qual os ativistas não obedecem às autoridades, mas também não usam a força para as suas reivindicações -, estão previstas mais marchas e protestos contra a falta de iniciativa pública para apoiar o ambiente e as próximas gerações, que terão de acarretar com o impacto maior da crise climática.
Kannst du da mitgehen?️
— Letzte Generation (@AufstandLastGen) April 26, 2023
Der aktuelle klimapolitische Kurs der Bundesregierung bricht die Verfassung (Art. 20A GG) sowie das völkerrechtl. bindende Parisabkommen.
Unsere Protestmärsche sind offen für alle, die eine lebenswerte Zukunft für sich & kommende Generationen möchten. pic.twitter.com/yHgQrmcGv0
Em Portugal, o principal grupo de ativismo climático, a Greve Climática Estudantil, também já levou uma série de ações de desobediência pacífica para protestar contra o que consideram ser uma displicência face ao clima. Em 2021, para lutar contra o tráfego aéreo e o novo aeroporto de Lisboa, dezenas de ativistas ocuparam a rotunda de acesso ao Aeroporto Humberto Delgado, impedindo o trânsito durante uma boa parte do dia.
Veja as imagens na galeria acima.
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