A sete meses de uma eleição presidencial que promete ser tensa, a Conferência Episcopal Congolesa (Cenco) condenou na segunda-feira a "repressão desprezível e selvagem que as forças da ordem e as milícias suas cúmplices infligiram no dia 20 de maio aos manifestantes, incluindo os menores encontrados no seu caminho".
A União Europeia também condenou o que classificou como "repressão violenta" e os Estados Unidos da América manifestaram a sua "preocupação" com os "indícios de uso desproporcionado da força pelas forças de segurança" da República Democrática do Congo (RDCongo).
A Missão das Nações Unidas na RDCongo (Monusco) também condenou "o uso desproporcionado da força pela polícia", tendo ainda saudado a "detenção dos agentes da polícia envolvidos no incidente contra um menor" e apelou às autoridades "para que respeitem o direito à liberdade de reunião e de manifestação pacífica".
Entretanto, a candidatura de Moïse Katumbi, um dos candidatos presidenciais da oposição, lamentou o facto de ter sido impedido hoje de se deslocar à província do Kongo Central (oeste), que tinha previsto visitar até ao final da semana.
Alegando razões de segurança, o governador da província tinha pedido ao candidato, na noite de segunda-feira, segundo a sua equipa, que adiasse as suas atividades por dois dias e as limitasse a um único local.
"Dissemos à polícia que não faríamos qualquer manifestação pública durante 48 horas", revelou à imprensa Olivier Kamitatu, porta-voz de Moses Katumbi.
Apesar desta garantia, a polícia não autorizou a passagem da caravana do candidato, que teve de dar meia volta e regressar a Kinshasa.
"Ninguém pode impedir um cidadão, seja ele quem for, de circular livremente no seu país... a República Democrática do Congo não é propriedade privada", afirmou o porta-voz. Este episódio "elimina as últimas dúvidas que ainda poderiam existir sobre a deriva ditatorial em que estamos mergulhados", acusou.
A oposição está a planear uma nova manifestação na quinta-feira em Kinshasa, em frente à sede da Comissão Eleitoral Nacional.
As eleições presidenciais estão marcadas para 20 de dezembro e Felix Tshisekedi, no poder desde 2019, é candidato à reeleição.
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