Jovens da Frelimo rejeitam acusações de "bloqueio" ao recenseamento

A Organização da Juventude Moçambicana (OJM), entidade filiada à Frelimo, partido no poder, negou hoje acusações de estar a usar os seus membros para bloquear o recenseamento eleitoral a decorrer no país para as autárquicas de 11 de outubro.

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Lusa
24/05/2023 15:08 ‧ 24/05/2023 por Lusa

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Na segunda-feira, o Centro de Integridade Pública (CIP), organização não-governamental (ONG) moçambicana envolvida na observação eleitoral, acusou membros da OJM de promoverem "bloqueios" em postos de recenseamento, visando prejudicar o eleitorado de áreas onde a oposição costuma ter mais apoiantes.

Numa reação às alegações, o secretário-geral da ala juvenil da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Silva Livone, disse à Lusa que as imputações visam "construir a ideia de que o processo eleitoral não está a correr bem, para se poder desacreditar os órgãos eleitorais".

Livone sublinhou que os órgãos de administração eleitoral são constituídos com base no princípio de "paridade" e a direção destas entidades é composta por partidos com representação parlamentar, para conferir transparência.

"Eles [os partidos da oposição] participam em todo o processo de recrutamento" do pessoal que trabalha no registo de votantes.

Qualificando como "graves" as acusações dirigidas pelo CIP à OJM, Silva Livone acusou a ONG de ser constituída por "políticos disfarçados em sociedade civil", que procuram argumentos para "justificar uma possível derrota da oposição" nas eleições autárquicas.

Livone assinalou que todos os cidadãos com requisitos legais podem concorrer ao lugar de brigadista nos postos de recenseamento eleitoral, sem discriminação com base na filiação partidária.

Por seu turno, a porta-voz da Frelimo, Ludmila Maguni, também se distanciou das acusações, notando que as deficiências que têm sido relatadas no registo eleitoral devem-se a problemas técnicos e dos equipamentos, não por interferência partidária.

"Eu mesma, no posto de recenseamento onde me fui recensear, fiquei seis horas à espera para conseguir recensear-se", afirmou Maguni.

Nesse posto de registo de votantes, prosseguiu, os brigadistas diziam que havia problemas com o equipamento ou que não conseguiam "imprimir os cartões".

A porta-voz do partido no poder defendeu que deve ser intensificada a mobilização da população para se inscrever para as eleições autárquicas.

Nas alegações que imputou à Frelimo, Lázaro Mabuda, pesquisador do CIP, tinha apontado "bloqueios feitos pelos brigadistas dos postos de recenseamento selecionados pelo partido no poder, através de uma lista dirigida aos órgãos de administração eleitoral".

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