Segundo a agência noticiosa France-Presse, Riad Salameh, que está intimamente ligado à classe política, é suspeito de ter construído um rico património imobiliário e bancário na Europa através de um complexo acordo financeiro e de um desvio maciço de fundos públicos libaneses.
Segundo a fonte judicial, Imad Kabalan, juiz do Tribunal de Cassação, a mais alta instância do sistema judicial libanês, compareceu ao início da tarde perante o arguido de 72 anos e informou-o da proibição de abandonar o território libanês, tendo decidido também apreender os seus dois passaportes, libanês e francês.
Salameh foi convocado pela justiça francesa para se deslocar a Paris a 16 de maio, mas não compareceu ao interrogatório, sendo desde então objeto de um mandado de captura emitido por um juiz responsável pelas investigações em França.
O Líbano recebeu na semana passada o "aviso vermelho" da Interpol com base neste mandado de captura.
O juiz Kabalan decidiu igualmente pedir à justiça francesa que lhe envie os documentos do processo judicial que corre em França, adiantou ainda a mesma fonte.
O Líbano não extradita os seus cidadãos e a justiça libanesa pode decidir julgá-lo no país se considerar que as acusações de branqueamento de capitais e de enriquecimento ilícito são fundadas.
Segundo outra fonte judicial, igualmente citada pela AFP, a justiça libanesa foi informada de que o Ministério Público de Munique, na Alemanha, emitiu igualmente um mandado de captura contra Salameh, nomeadamente por "corrupção e branqueamento de capitais".
Presidente do BDL desde 1993, Salameh é também acusado no seu país de corrupção e de ser um dos principais responsáveis pela grave crise financeira que atinge o Líbano desde o outono de 2019.
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