Mais concretamente, 67 pessoas foram perdoadas depois de terem sido condenadas por "atentar contra a ordem constitucional, participar num movimento insurrecional, reunião não autorizada" e outras acusações relacionadas com homicídio, agressão, destruição de bens, violência ou fogo posto.
O decreto, que "faz parte dos esforços para promover a reconciliação nacional" no país, foi assinado na quarta-feira pelo chefe da junta militar, mas o anúncio foi feito hoje, segundo o portal de notícias Alwihda, citado pela agência Europa Press.
Um outro decreto presidencial assinado em março passado concedeu o perdão a 259 manifestantes, apenas três dias depois de Mahamat Idriss Déby ter perdoado 380 membros do grupo rebelde Frente de Alternância e Concórdia no Chade (FACT), condenados dias antes pela morte do seu pai, Idriss Déby Itno, em 2021.
O líder da junta chadiana descreveu anteriormente os protestos de outubro como uma "insurreição organizada" apoiada por "potências estrangeiras" e acusou os manifestantes de "matar civis a sangue frio e assassinar membros das forças de segurança".
Os protestos eclodiram depois de a junta ter decidido prolongar por mais dois anos o mandato de Déby, que tinha inicialmente planeado demitir-se e entregar o poder a um governo civil. Foi nomeado presidente pelo exército em 2021, após a morte do seu pai, Idriss Déby Itno, que liderava o país desde 1990.
A oposição, organizações não-governamentais locais e internacionais, bem como parte da comunidade internacional, condenaram fortemente o uso excessivo da violência "contra civis" na repressão deste movimento de protesto.
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