Vaticano diz que visita do enviado do Papa a Kyiv foi "útil" e "intensa"
O Vaticano classificou hoje como "úteis" as reuniões mantidas pelo enviado do Papa Francisco à Ucrânia, o cardeal italiano Matteo Zuppi, no decurso das suas reuniões em Kyiv com as autoridades ucranianas, incluindo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
© FILIPPO MONTEFORTE/AFP via Getty Images
Mundo Matteo Zuppi
"Na terça-feira, 06 de junho, Sua Eminência cardeal Matteo Zuppi, enviado do Papa Francisco, concluiu a sua breve mas intensa visita a Kyiv, acompanhado por um Oficial do secretariado de Estado, durante a qual também teve a oportunidade de uma pausa para rezar na antiga igreja de Santa Sofia", na capital ucraniana, indicou o comunicado da Santa Sé.
"No final da sua missão, agradeceu cordialmente às autoridades civis pelos encontros efetuados, em particular com o decorrido com o Presidente Volodymyr Zelensky", acrescentou a nota.
Francisco enviou Zuppi, também arcebispo de Bolonha (norte), nesta missão para procurar terminar com a guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa de fevereiro de 2022, com o cardeal a reunir-se hoje com Zelensky e outros responsáveis locais.
O enviado do Papa Francisco tinha como missão sondar os espaços para uma mediação, e hoje abordou com Zelensky "alguns pontos-chave para avançar na direção de um diálogo estável e concreto", segundo revelou o diário Avvenire, propriedade da Conferência Episcopal italiana.
De momento desconhece-se se visitará Moscovo no âmbito da sua missão, apesar de o comunicado oficial do Vaticano indicar que Francisco deverá decidir "os passos a seguir".
Na segunda-feira, o cardeal reuniu-se com o comissário dos direitos humanos do Parlamento ucraniano, Dmytro Lubinets, e considerou "inaceitável" que a violência da guerra tenha afetado as crianças na Ucrânia.
A Santa Sé anunciou na segunda-feira a viagem de dois dias de Zuppi a Kyiv e definiu-a como "uma iniciativa cujo principal objetivo consiste em escutar em profundidade as autoridades ucranianas sobre as possíveis vias para garantir uma paz justa e apoiar gestos de humanidade que ajudem a aliviar as tensões".
O comunicado de hoje precisa que os resultados destas conversações "e o atroz sofrimento do povo ucraniano devido à guerra que prossegue" serão transmitidos ao Papa e serão "inquestionavelmente úteis para avaliar os passos que devem prosseguir quer a nível humanitário quer em busca de caminhos para uma paz justa e duradoura".
O conflito armado na Ucrânia, iniciado com a invasão russa em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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