Maioria da PAI - Terra Ranka permite governar sozinha, diz Sissoco Embaló

O presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje que a maioria obtida nas legislativas de domingo pela Plataforma Aliança Inclusiva -- Terra Ranka permite que governe sozinha e que os partidos sancionados devem fazer oposição.

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Lusa
08/06/2023 19:49 ‧ 08/06/2023 por Lusa

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Guiné-Bissau

"Vamos deixar a PAI - Terra Ranka provar ao povo o programa que o povo escolheu e eu sou o maior aliado que podiam ter. Etodos os partidos sancionados pelo povo têm de saber fazer oposição. Não tem de haver nenhuma aliança. O PAIGC, a sua aliança é a Guiné-Bissau e eu estarei aqui para facilitar", disse Umaro Sissoco Embaló.

O chefe de Estado guineense falava aos jornalistas na Presidência, durante uma mensagem à Nação, após conhecidos os resultados das legislativas de domingo, que a coligação PAI -- Terra Ranka venceu com maioria, obtendo 54 dos 102 deputados do parlamento.

"O povo da Guiné deve saber uma coisa, a maior estabilidade é a estabilidade daqueles que ganham. Têm a maioria absoluta não precisam de fazer alianças, porque senão compram problemas no seu próprio campo", afirmou o chefe de Estado.

"Não estamos num Governo de unidade nacional, estamos num Governo de legislatura", salientou Umaro Sissoco Embaló.

Segundo o chefe de Estado, a PAI- Terra Ranka com a "sua maioria deve mostrar ao povo da Guiné-Bissau e ao povo que o escolheu do que é capaz".

"Se por erro de avaliação forem buscar o Madem ou o PRS ou o PTG vão arranjar problemas no seu campo, nem vale a pena irem ao vidente, para saberem que vão ter problemas", disse.

Umaro Sissoco Embaló pediu também um parlamento "sólido" e com "responsabilidade", garantindo aos guineenses que esta vai ser uma "nova experiência".

"Se as pessoas pensam que vou servir de cortina ao braço armado para lutar com o Governo não contem comigo, têm de aprender a esperar quatro anos", disse, salientando que o PAIGC esperou três anos na oposição.

Na mensagem à Nação, o presidente guineense agradeceu às missões de observação internacional que estiveram presentes no país pelo seu "interesse" e "dedicação", contribuindo para "reforçar a credibilidade do processo eleitoral e da própria democracia guineense".

Umaro Sissoco Embaló agradeceu também aos países amigos e organizações internacionais pelo apoio dado ao Governo para fazer eleições "livres, justas e transparentes um momento de unidade nacional e de consolidação do Estado de Direito Democrático".

A Comissão Nacional de Eleições divulgou hoje os resultados das eleições legislativas do passado domingo que deram a vitória à coligação PAI - Terra Ranka com 54 dos 102 deputados ao parlamento, conquistando assim a maioria absoluta.

Os resultados provisórios indicam também que o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15) obteve 29 deputados na Assembleia Nacional Popular, mais dois assentos do que em 2019 e o líder do partido, Braima Camará, já felicitou o vencedor, manifestando-se pronto para colaborar e ajudar a arranjar soluções de estabilidade política para o país.

O Partido de Renovação Social (PRS) conseguiu 12 deputados, uma grande descida em relação às legislativas de 2019, quando obteve 21 assentos, e o líder da formação política, Fernando Dias, disse que respeita a vontade do povo e a mensagem de "repreensão pela companhia em que se encontrava", referindo-se ao facto de ter integrado o anterior Governo.

O Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), criado no final de 2021, e liderado por Botche Candé, obteve seis deputados na sua estreia eleitoral.

O grande derrotado das eleições legislativas é a Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau, liderada pelo primeiro-ministro cessante Nuno Gomes Nabiam, que obteve apenas um deputado, quando em 2019 elegeu cinco deputados.

Leia Também: Presidente admite Simões Pereira como primeiro-ministro da Guiné-Bissau

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