FMI e o Banco Mundial "servem de contrapeso" à China
A secretária norte-americana do Tesouro, Janet Yellen, afirmou hoje que as instituições económicas internacionais como o FMI e o Banco Mundial, "servem de contrapeso" aos empréstimos concedidos por grandes potências como a China, que deu como exemplo.
© Reuters
Mundo Janet Yellen
"Estas instituições refletem os valores dos Estados Unidos", declarou a secretária do Tesouro de Joe Biden perante a comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes.
O peso dos Estados Unidos da América "no seio destas instituições é um dos principais meios de relacionamento com os mercados emergentes e os países em desenvolvimento", acrescentou.
A ajuda das instituições financeiras internacionais "implica requisitos rigorosos em matéria de governação, responsabilidade e sustentabilidade da dívida", o que "constitui um importante contrapeso aos empréstimos não transparentes e insustentáveis concedidos por outros países, como a China", acrescentou Yellen.
A China é um dos principais credores dos países em desenvolvimento e as condições em que os seus empréstimos são concedidos são regularmente criticadas pela comunidade internacional, nomeadamente por falta de transparência no processo.
Durante as declarações na Câmara dos Representantes, Yellen opôs-se a que o Banco Mundial emprestasse dinheiro à China. "Não apoiaremos nem votaremos a favor de empréstimo algum do Banco Mundial à China. Usaremos o nosso [direito de] veto para nos opormos", afirmou.
Os Estados Unidos têm a maior influência de todos os Estados-membros do Banco Mundial, são o único a dispor, de facto, de direito de veto na instituição, desde a sua origem, após a II Guerra Mundial.
A administração Biden está também a analisar de perto certos investimentos norte-americanos no estrangeiro por parte de companhias "que investem em empresas chinesas com ligações às suas forças armadas". "Estamos preocupados com potenciais riscos para a segurança nacional", especificou Janet Yellen.
"Estamos a examinar potenciais restrições ao investimento estrangeiro", salientou.
Segundo a secretária do Tesouro, no entanto, "seria desastroso" para os Estados Unidos "tentar dissociar-se da China". "Embora tenhamos preocupações que precisam de ser resolvidas, a dissociação seria um erro grave", insistiu.
Yellen recordou igualmente que, no âmbito do Fundo Monetário Internacional (FMI), os Estados Unidos tinham solicitado ao Congresso a renovação da sua participação nos acordos de empréstimo e apresentado um pedido de autorizações de empréstimo até 21 mil milhões de dólares, através de fundos de investimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Fundo Africano de Desenvolvimento, tendo em vista países em vias de desenvolvimento para contrariar a crescente influência da China.
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