Pelo menos doze barcos foram intercetados na noite de domingo - com um total de 691 migrantes a bordo, que partiram dos portos de Zuwarah, na Líbia, e Sfax, na Tunísia -, juntando-se a outras embarcações que chegaram nas horas anteriores, de acordo com os meios de comunicação locais.
Desta forma, o centro volta a estar sobrelotado de migrantes e em condições difíceis, já que o centro tem capacidade para cerca de 400 pessoas.
O programa do Governo para a transferência de migrantes para outras localidades foi imediatamente colocado em ação e prevê-se que cerca de 200 sejam embarcados num 'ferry' para o porto de Porto Empedocle, na Sicília, e o navio Diciotti da Guarda Costeira italiana transfira outras 600 pessoas, segundo as mesmas fontes.
Este será o panorama com que se deparará a delegação da Comissão das Liberdades Cívicas do Parlamento Europeu, que inicia na terça-feira uma visita para se inteirar da situação de salvamento e acolhimento em Lampedusa.
A missão será chefiada pelo seu presidente, o espanhol Juan Fernando López Aguilar, e integra também Pietro Bartolo, que durante muito tempo foi médico do ambulatório da ilha.
Por outro lado, o navio da organização não-governamental (ONG) espanhola Open Arms dirige-se para o porto de Livorno (norte) para desembarcar os 117 migrantes resgatados no Mediterrâneo central.
A ONG denunciou nas suas redes sociais que o porto atribuído está a mais de 1.000 quilómetros da sua posição atual, enquanto a ilha da Sicília está muito mais perto, a cerca de 400 quilómetros.
"São quatro dias de navegação, três vezes mais longe do porto seguro mais próximo, que deveria ser na Sicília, segundo as convenções internacionais. O sofrimento sempre recai sobre os mais vulneráveis", lamentou a Open Arms.
O Governo de direita da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, optou por designar portos distantes para o desembarque dos migrantes resgatados com o objetivo de amenizar a situação nos centros de acolhimento do sul, para onde os costumavam levar anteriormente.
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