Médicos Sem Fronteiras pede aumento da ajuda humanitária na RDCongo

A organização Médicos Sem Fronteiras apelou hoje a um aumento "rápido e concreto" da ajuda humanitária para o leste da República Democrática do Congo (RDCongo), "face a uma crise de proporções históricas" no Kivu do Norte.

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Lusa
21/06/2023 16:46 ‧ 21/06/2023 por Lusa

Mundo

RDCongo

Desde o final de 2021, esta província está dominada pela rebelião do Movimento 23 de março (M23), com combates que expulsaram centenas de milhares de pessoas das suas casas e agravaram uma crise humanitária crónica no leste da RDCongo.

Na segunda-feira, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) alertou para a "violência galopante" e para as "crescentes necessidades humanitárias" na região, onde numerosos grupos armados atuam há quase 30 anos.

As Nações Unidas colocaram a gravidade desta crise "ao mais alto nível na escala das organizações da ONU", salienta a Médicos Sem Fronteiras (MSF) num comunicado.

"Embora este seja um sinal positivo", observa a organização não-governamental, "é urgente que esta consciencialização se traduza num aumento significativo, rápido e tangível da ajuda prestada às pessoas no terreno".

A MSF refere-se, em particular, à situação nos campos de deslocados nos arredores de Goma, a capital da província de Kivu do Norte, onde "quase 600.000 pessoas vivem há meses em condições extremamente precárias, com falta de acesso a alimentos e expostas à violência".

Em alguns locais, a organização humanitária diz ter "observado taxas alarmantes de mortalidade e desnutrição".

"A escala e a duração das deslocações são históricas, mesmo para o leste da RDCongo. Isto dá uma ideia da escala da resposta que tem de ser organizada", disse Guyguy Manangama, diretor dos programas de emergência da MSF, citado na nota.

Segundo o responsável, "as atividades de socorro estão a ser desenvolvidas aqui e ali, mas sem qualquer coordenação ou visão geral da situação nos campos". "A escala da mobilização do sistema de ajuda está longe de ser suficiente e é demasiado lenta", lamentou.

Segundo o OCHA, 2,8 milhões de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas desde março de 2022 no Kivu do Norte, Kivu do Sul e Ituri. Atualmente, existem 6,3 milhões de pessoas deslocadas internamente na RDCongo, "o número mais elevado" em África.

Leia Também: RD Congo. França ameaça Ruanda com sanções se continuar a apoiar rebeldes

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