Com quase 55% dos votos apurados, o partido conservador Nova Democracia, de Mitsotakis, tem 40,37% dos votos, percentagem que lhe daria 157 dos 300 assentos do Parlamento grego e, com isso, a maioria absoluta.
O candidato do partido de esquerda Syriza, o ex-chefe de governo Alexis Tsipras, soma apenas 17,8% dos votos, abaixo do resultado das eleições de há um mês.
Os sociais-democratas Pasok-Kinal estão em terceiro lugar, com 12,6% dos votos, seguidos pelo Partido Comunista da Grécia, com 7,3%.
Em quinto lugar, com 4,7%, está o partido de extrema direita "Espartanos", seguido de outro partidos do mesmo espectro político, o Solução Grega (4,6%), e da formação antissistema Niki (Victoria) do teólogo Dimitris Natsiós (3,7%).
A formação "Jornada da Liberdade", da ex-deputada do Syriza Zoe Konstantopulu, também consegue ultrapassar o limite de 3% para obter representação parlamentar, algo que o esquerdista MeRA25 do ex-ministro das Finanças Yanis Varufakis não consegue.
Vencedor por larga margem nas eleições de 21 maio, mas sem maioria no Parlamento de 300 lugares, o líder conservador apenas precisa agora de 39% para obter a maioria absoluta, graças ao bónus de até 50 lugares para o partido vencedor.
Esta regra tinha sido eliminada nas últimas eleições, o que acabou por fazer fracassar todas as tentativas de formar Governo.
A Grécia realizou hoje as segundas eleições gerais no espaço de um mês, marcadas pela questão das migrações após o recente naufrágio no mar Jónico, mas também pelo desemprego e pelo défice comercial.
O naufrágio foi um dos mais trágicos desastres migratórios no Mediterrâneo, com apenas uma centena de sobreviventes encontrados depois de se virar um barco em que seguiriam cerca de 750 pessoas, e gerou um clima de alta tensão entre os dois principais candidatos a uma vitória nas eleições legislativas do próximo domingo.
A campanha eleitoral foi dominada também pelo desemprego, que já atingiu 12%, e um défice comercial que continua a preocupar os gregos, que ainda se lembram bem dos efeitos da intervenção financeira externa após a crise de 2008.
Mitsotakis apresentou-se perante os eleitores com a promessa de finalizar as reformas aplicadas pelo seu Governo para que a economia grega continue a crescer, dizendo ser fundamental que o país se aproxime da Europa em termos de salários e padrões de vida.
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