De acordo com dados da Unidade de Combate à Violência contra a Mulher e a Criança, dependente do Ministério do Desenvolvimento Social do Sudão, na capital, Cartum, foi onde se registaram mais casos: 42.
Esta unidade, que decompôs as diferentes zonas em que foram registados casos de violência sexual contra a mulher, somou Niyala com 25 casos e Al Geneina com 21.
Em 09 de junho o gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos já tinha confirmado agressões sexuais contra pelo menos 37 mulheres desde o início do conflito no Sudão.
"Todos os sobreviventes em Niyala e Al Geneina declararam que todas as violações foram cometidas pelas Forças de Apoio Rápido", lê-se no comunicado.
A unidade lamentou o aumento dos desaparecimentos forçados de mulheres e jovens, bem como "o crescimento dos casos de violência sexual relacionados ao conflito", apontando que o número "não condiz com as denúncias registadas" perante a entidade.
Nesse sentido, este órgão afirmou que a denúncia de casos de violência sexual "ajuda a aliviar os efeitos do choque psicológico e contribui para enfrentar as consequências da violação para a saúde".
A Unidade de Combate à Violência contra a Mulher e a Criança do Sudão pede, assim, às FAR que cessem as violações e se comprometam a preservar "o direito dos cidadãos à vida e à dignidade humana".
Acrescenta o apelo de "não expor a riscos ou violações durante este conflito".
Na declaração, esta unidade também incentiva as agências da ONU, bem como as instituições internacionais, a "denunciar os crimes de guerra perpetrados pelas FAR" e a "garantir a responsabilidade de todos os envolvidos".
Os combates entre o exército e as FAR recomeçaram hoje, embora a intensidade tenha moderado em relação a sábado.
Até agora, os dois lados do conflito não mostraram intenção de avançar com um cessar-fogo.
A ONU alertou em inúmeras ocasiões para a "catástrofe" humanitária que o Sudão vive devido ao conflito, que já causou mais de 1.173 civis mortos e 11.704 feridos.
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