Milhares de pessoas nas ruas contra reforma judicial em Israel
Dezenas de milhares de israelitas protestaram hoje contra a polémica reforma judicial do Governo em manifestações semanais que acontecem todos os sábados, e um "dia de resistência", em que esperam uma participação em massa, foi agendado para terça-feira.
© Lusa
Mundo Israel
Uma multidão de manifestantes saiu hoje à tarde em todo o país para se opor ao plano do executivo liderado por Benjamin Netanyahu, e pelo menos, de acordo com a agência EFE, 143.000 pessoas protestaram na capital, Telavive, o principal centro das mobilizações, que acontecem desde janeiro e são as mais expressivas de Israel em décadas.
A coligação do Governo espera na próxima segunda-feira votar em em primeira instância plenária o projeto de lei que faz parte do pacote legislativo da polémica reforma, que, segundo os críticos, enfraqueceria a independência da justiça e as bases democráticas formais de Israel.
A lei eliminaria a "doutrina da razoabilidade" que permite que o Tribunal Supremo reveja e anule decisões executivas com base na sua razoabilidade. Se aprovado na primeira apreciação, o documento deve passar as próximas semanas em votações nas duas instâncias subsequentes em plenário para ser aprovado definitivamente.
Face às pretensões do Governo - que junto com o partido de Netahyahu, o Likud, de direita, inclui uma coligação ultraortodoxa e a extrema-direita -, que tenta promover a reforma unilateralmente depois de não conseguir chegar a um acordo com as forças de oposição, o movimento de protesto de cidadãos pretende "intensificar a luta" e convocou uma jornada de mobilizações na terça-feira, na qual espera conseguir uma presença massiva.
De acordo com o plano, os protestos começarão às 08:00 hora local (04:00 em Lisboa) com marchas, caravanas de carros e ações como bloqueios de estradas, seguidas de uma manifestação junto do Aeroporto Internacional Ben Gurion em Telaviv às 16:00 (12:00) e manifestações em massa nas principais cidades israelitas a partir das 20:00 (14:00).
"Israel não quer uma ditadura" nem "uma legislação ditatorial unilateral e perigosa que derrube a economia, prejudique a segurança e leve à rutura da nação", disseram os organizadores das marchas em comunicado, que nas últimas semanas tentaram acelerar a intensidade das mobilizações como medida de pressão para travar a reforma judicial.
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