"Na ausência de uma mudança na avaliação nacional, Israel agirá para evitar o colapso da Autoridade Palestiniana", anunciou o executivo liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Em comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE, o governo explica que "os serviços de segurança continuarão a tomar medidas resolutas para contrariar o terrorismo", enquanto Netanyahu e o ministro da Defesa "apresentarão ao gabinete de segurança medidas para estabilizar a situação civil no setor palestiniano".
No documento não se especificam as medidas em causa, avançando apenas que o Gabinete de Segurança exigirá que os dirigentes palestinianos "cessem a sua atividade anti-israelita na arena jurídico-diplomática internacional e o incitamento nos seus meios de comunicação social e sistema educativo".
O Gabinete de Segurança exigirá também que os dirigentes não apoiem financeiramente as famílias dos palestinianos detidos nas prisões israelitas por crimes relacionados com o "terrorismo" e que suspendam a construção de casas e estruturas na zona C da Cisjordânia ocupada (zona controlada pelo exército israelita).
Os meios de comunicação social locais estão a avançar, contudo, que as medidas que Israel tomará para apoiar a Autoridade Nacional Palestiniana serão de caráter económico, de segurança e de facilidades de viagem para os civis.
No entanto, tanto os ministros dos colonos e ultranacionalistas, Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, assim como os ministros das Finanças e da Segurança Nacional já tinham dito anteriormente que se oporiam a tais iniciativas.
O anúncio das medidas por parte de Israel surge depois de o exército israelita ter levado a cabo uma operação de dois dias - na segunda e terça-feira - no campo de refugiados de Jenin.
A EFE recorda que nessa operação - que tinha como objetivo desmantelar a Brigada Jenin, que reúne milícias de todas as fações unidas, incluindo o Hamas e a Jihad Islâmica - morreram um soldado israelita e doze milicianos palestinianos, entre os quais quatro menores.
O conflito israelo-palestiniano está a registar o pior pico de violência das últimas duas décadas: este ano, já morreram 160 palestinianos, dos quais 27 eram menores, por fogo do exército israelita, por ataques de colonos judeus ou por outros incidentes violentos na Cisjordânia ocupada, em Jerusalém Oriental ou em Israel.
Por outro lado, a proliferação de novos grupos armados palestinianos e o aumento dos ataques também fizeram 27 mortos do lado israelita, na sua maioria colonos, incluindo cinco menores.
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