A declaração, divulgada pela presidência argelina, surge um dia depois do governo israelita ter reconhecido formalmente a soberania de Marrocos sobre o Saara Ocidental, uma ex-colónia espanhola considerada pela ONU como um "território não autónomo".
O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu informou, através de uma carta, o rei Mohammed VI de que a nova posição israelita "será refletida em todos os atos e documentos" do governo e que a decisão será transmitida "às Nações Unidas, organizações regionais e internacionais das quais Israel é membro, assim como todos os países com quem mantém relações diplomáticas".
Por sua vez, o Presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, está a realizar uma visita oficial à China até 21 de julho, com o objetivo de estreitar os laços entre os dois países, coincidindo com a celebração este ano do 65.º aniversário do estabelecimento das suas relações diplomáticas.
Além da questão do Saara Ocidental, território ocupado e anexado por Marrocos desde 1975, a diplomacia argelina reafirmou a sua adesão ao princípio de "uma China" e à adesão de Taiwan como parte inalienável do seu território, em oposição à independência da ilha "sob qualquer forma".
Argel também apoiou a posição da China sobre questões de direitos humanos contra "tentativas de politizar a questão ou usá-la como meio de pressão nas relações internacionais".
Por seu lado, a China elogiou o papel da Argélia no apoio à estabilidade, desenvolvimento e estabelecimento da paz e segurança no continente através dos seus esforços incansáveis para a resolução pacífica de crises, especialmente na região do Sahel, Líbia e Saara Ocidental.
No campo económico e comercial, ambos os líderes afirmaram s sua determinação em aprofundar a cooperação em todos os campos para aumentar o volume do comércio, facilitar as exportações não petrolíferas da Argélia para a China e aumentar o volume de investimentos chineses qualitativos, graças à nova lei de investimentos no país do Magrebe.
Sobre a adesão da Argélia aos BRICS - bloco de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - o seu parceiro saudou "o desejo positivo da Argélia de ingressar neste grupo" e apoiou "os seus esforços para atingir esse objetivo".
O gigante asiático e o país do norte da África mantêm boas relações históricas, que estão em boa harmonia desde que assinaram um acordo de cooperação global em 2014 e, quatro anos depois, a Argélia aderiu ao projeto chinês One Belt, One Road (OBOR), que busca reavivar a rota da seda e ampliar a sua influência no continente africano.
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