Crise climática? Itália e Grécia defendem ação conjunta de países do sul
Os Presidentes de Itália e da Grécia defenderam hoje a necessidade de uma "iniciativa conjunta dos países do sul da Europa" para fazer face à crise climática que atinge o Mediterrâneo e os dois países "com particular violência".
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Mundo Clima
Num comunicado conjunto divulgado após uma conversa telefónica realizada hoje de manhã, Sergio Mattarella e Katerina Sakellaropoulou dão conta da "forte preocupação" que partilham relativamente à "emergência climática que afeta com particular violência a região mediterrânica".
Na nota informativa é referido que a Presidente da República Helénica agradeceu "o envio de meios aéreos para fazer face aos incêndios que afetam a Grécia" e sublinhou "a necessidade de uma iniciativa conjunta dos países do sul da Europa para fazer face aos riscos climáticos no Mediterrâneo".
"O Presidente Mattarella, depois de manifestar o seu apoio e de mencionar que a Itália também está a enfrentar graves consequências devido às alterações climáticas, respondeu positivamente à proposta", lê-se no comunicado conjunto.
De acordo com os dois chefes de Estado, "Grécia e Itália podem criar uma frente comum para sensibilizar a União Europeia (UE), os outros países mediterrânicos e toda a comunidade internacional a agirem mais rapidamente e de forma mais eficaz para combater os efeitos da crise climática".
"Por conseguinte, os dois Presidentes acordaram em trabalhar em conjunto para sensibilizar e envolver os seus homólogos dos países europeus mediterrânicos", conclui o comunicado.
O Governo italiano vai declarar hoje o estado de emergência em várias regiões que foram gravemente afetadas por violentas tempestades e por incêndios, incluindo na Sicília, onde as autoridades estão a combater vários fogos.
Pelo menos cinco pessoas morreram em Itália na sequência de violentas tempestades no norte e de incêndios na Sicília.
"A Itália está a viver um dos dias mais complicados das últimas décadas: inundações, tornados e granizo gigante no norte, calor abrasador e incêndios devastadores no sul", escreveu o ministro da Proteção Civil, na terça-feira.
"A perturbação climática que afeta o nosso país significa que todos temos de mudar a nossa atitude, sem qualquer álibi para ninguém", acrescentou Nello Musumeci, numa mensagem publicada na rede social Facebook.
Já na Grécia, os incêndios nas ilhas de Rodes, Corfu e Eubeia continuavam hoje fora de controlo.
Em Rodes, cerca de 19.000 pessoas, incluindo 7.000 turistas, tiveram de ser retiradas no passado fim de semana da ilha, a nona maior do Mediterrâneo, devido a um incêndio que já consumiu mais de 14 mil hectares de floresta, além de queimar várias casas e matar um número ainda não quantificado de animais.
A Grécia está a atravessar vários dias de calor extremo - os termómetros marcaram 46,4 graus no domingo no Peloponeso, a temperatura mais alta já registada no país helénico.
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