A greve dos médicos mantém-se para dia 1 e 2 de agosto, dias em que começa a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, anunciou ao inicio da tarde desta sexta-feira, Jorge Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), depois de mais uma ronda negocial com o Governo.
Para o responsável, a proposta do Executivo tem um "cheiro agridoce, mas bastante mais 'agri' do que doce".
Foi assim agendada uma nova reunião para dia 9 de agosto, contudo, Roque da Cunha mostra-se "bastante pessimista" com um acordo, uma vez que "há uma grande divergência de opiniões" entre os sindicatos e o Governo.
Por essa razão, as greves marcadas continuam convocadas. "Iremos mantê-las. Estivemos um ano e quatro meses onde não fizemos qualquer greve [...]. Nós cumprimos [o prometido], mas o ministro sabe que quando temos de combater somos muito duros", atirou o sindicalista.
Mediador independente?
Quando à proposta da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) sobre a possibilidade de haver um mediador independente nas negociações, Roque Cunha afastou essa ideia.
"O SIM acredita que existe um Governo eleito, eleito por maioria absoluta, o Governo é que estabelece como é feita a negociação", realçou.
Contratação de médicos cubanos "é lamentável"
Já questionado sobre a contratação de médicos cubanos, o secretário-geral do SIM, disse que essa situação é "lamentável", uma vez que contribui para a "escravidão desses colegas".
"A contratação de médicos ao Governo de Cuba, através de uma ditadura, que fica com os seus salários, é lamentável", atirou Roque Cunha, reiterando que "não há falta de médicos em Portugal, há falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde".
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