Macau. "Esmagadora maioria" apoia lei que exclui candidatos não patriotas

A "esmagadora maioria" das pessoas apoia a nova lei para eleger o chefe do Executivo de Macau, diploma que prevê a exclusão dos candidatos considerados não patriotas, salientou o Governo, num relatório hoje divulgado.

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Lusa
04/08/2023 06:24 ‧ 04/08/2023 por Lusa

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Macau

"Os diversos setores da sociedade, na sua esmagadora maioria, concordam e apoiam as orientações e o conteúdo da revisão da Lei Eleitoral para o Chefe do Executivo (...), considerando que (...) é necessária e oportuna, e contribui para a implementação plena do princípio 'Macau governado por patriotas', de acordo com o relatório final da consulta pública.

Por outro lado, entendem ser importante para "a concretização do conceito geral da segurança nacional, a melhor salvaguarda da ordem da gestão da eleição, a garantia dos residentes no exercício do direito fundamental de eleição, bem como a manutenção da prosperidade, estabilidade e tranquilidade a longo prazo",

Na consulta pública, o Governo de Macau recebeu 2.439 opiniões por tema, cuja concordância variou entre os 88,94% e os 96,1%.

"Quem detém o poder de governação da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] deve ser uma pessoa que ama a Pátria e Macau", justificou o Governo nas conclusões do relatório da consulta pública, que durou 45 dias.

A 15 de junho, o Governo de Macau anunciou a intenção de avançar com uma nova lei eleitoral que prevê a exclusão de candidatos considerados 'antipatriotas' sem direito a reclamação ou recurso contencioso junto dos tribunais.

Na revisão da lei eleitoral propõe-se ainda que a verificação dos candidatos passe a ser feita pela Comissão de Defesa da Segurança do Estado da RAEM.

A proposta de revisão da lei prevê igualmente um reforço da repressão de atos de propaganda eleitoral ilícita e de perturbação da ordem eleitoral, bem como a proibição de sondagens eleitorais.

A verificação de elegibilidade dos candidatos vai ser sustentada em sete critérios, já definidos em 2021, e que vão desde a salvaguarda da ordem constitucional, da unidade nacional e integridade territorial, até à prevenção de conluio com países estrangeiros e atos contra a soberania e segurança do Estado.

"O aperfeiçoamento do mecanismo de apreciação dos candidatos" será válido para o cargo de Chefe do Executivo, dos participantes à eleição dos membros da Comissão Eleitoral do chefe do Governo e dos candidatos a deputados ao parlamento local, explicou, em junho, o secretário para a Administração e Justiça de Macau.

Em 2021, as autoridades de Macau excluíram cinco listas e 20 candidatos das eleições para a Assembleia Legislativa (AL), agendadas para setembro, 15 dos quais associados ao campo pró-democracia, por "não serem fiéis" a Macau.

Os Estados Unidos e a União Europeia criticaram esta exclusão, sustentando que tal contraria os direitos garantidos na Lei Básica, a 'miniconstituição' do território, o pluralismo político e restringe o debate democrático.

A AL é composta por 33 deputados, 14 eleitos por sufrágio universal, 12 escolhidos por sufrágio indireto (através de associações) e sete nomeados pelo chefe do Executivo, que, por sua vez, é escolhido por uma comissão eleitoral composta por 400 membros, representativos dos quatro setores da sociedade.

Leia Também: Macau defende "exército forte" para garantir segurança da China

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