Em comunicado, o Alto-Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, recordou que na quarta-feira (dia 09 de agosto) passam três anos desde "as eleições presidenciais fraudulentas na Bielorrússia".
"Neste dia, há três anos, centenas de milhares de bielorrussos manifestaram-se nas ruas para defender pacificamente o direito a escolherem o seu futuro. Estas demonstrações espontâneas foram impedidas com extrema brutalidade pelo regime de [Presidente bielorrusso, Alexander] Lukashenko", indicou Borrell.
Três anos depois, o regime de Alexander Lukashenko continua a ser uma ameaça ao bem-estar da população bielorrussa, considerou o representante do bloco dos 27, mas também, frisou, "é uma ameaça à segurança regional e internacional, através de ações como a aterragem forçada de um avião civil em maio de 2021 e a persistente instrumentalização da migração irregular para as fronteiras da UE".
Na ótica de Bruxelas, a situação agravou-se com "a cumplicidade" de Minsk em relação a Moscovo a partir de 24 de fevereiro de 2022, data que marca o início da invasão russa da Ucrânia.
"A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia coloca em risco a própria soberania e independência da Bielorrússia", afirmou o chefe da diplomacia europeia.
"A UE apoia e incentiva todos os esforços do movimento democrático bielorrusso. A determinação da população bielorrussa que, com um grande risco pessoal, continua a insurgir-se pela democracia e é um grande fator de esperança", comentou Borrell.
Em simultâneo, o chefe da diplomacia europeia exortou as autoridades da Bielorrússia "a empenharem-se num diálogo genuíno e inclusivo com todos os elementos da sociedade que conduzam a eleições livres e justas".
"Assim que a Bielorrússia embarque na transição democrática, a UE está empenhada em ajudar a estabilizar a sua economia e a reformar as suas instituições. O nosso objetivo é ajudar na construção de reformas mais democráticas e resilientes, criar emprego e melhorar as condições de vida das pessoas, incluindo com um plano de apoio económico de três mil milhões de euros para a Bielorrússia democrática", disse ainda Josep Borrell.
Minsk é alvo de vários pacotes de sanções por parte da UE.
As relações entre a UE e Minsk estão particularmente tensas desde as eleições de 09 de agosto de 2020 na Bielorrússia, que reconduziram Lukashenko, no poder há cerca de três décadas, para um sexto mandato.
A oposição considerou o escrutínio fraudulento, tal como vários países ocidentais, e foi desencadeada uma vaga de contestação sem precedentes naquela antiga república soviética.
Recusando qualquer concessão, o chefe de Estado bielorrusso prendeu ou forçou ao exílio a maioria dos seus opositores e denunciou manifestações conduzidas pelo Ocidente para o derrubar.
A repressão violenta do movimento de contestação causou na altura vários mortos e várias centenas de pessoas foram detidas.
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