Entre janeiro e junho foram registados 52 massacres, um aumento de 11% em relação ao segundo semestre do ano passado.
"Nos massacres confirmados, continuamos a observar que um grande número destes é perpetrado por grupos armados não estatais e organizações criminosas", frisou a representante na Colômbia do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Juliette De Rivero, citada pela agência France-Presse (AFP).
Os 52 massacres (homicídio simultâneo de pelo menos três pessoas, segundo a definição da ONU) resultaram em 168 mortos, incluindo 19 menores, frisou a responsável, durante a apresentação, em Bogotá, de um relatório sobre a situação humanitária no país.
De Rivero também expressou a sua preocupação com "a contínua expansão territorial de grupos armados e as suas estratégias violentas de controlo social sobre populações civis e organizações de base, apesar do processo de diálogo proposto" pelo governo.
O Presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou em 31 de dezembro um cessar-fogo bilateral com cinco das principais estruturas armadas do país.
Esta trégua falhou, por rejeição do Exército de Libertação Nacional (ELN), que retomou as hostilidades.
Desde 03 de agosto, está em vigor um novo cessar-fogo de 180 dias.
No poder há um ano, Petro, o primeiro Presidente de esquerda na história da Colômbia, pretende implementar uma política de "paz total" destinada a desarmar guerrilheiros, grupos armados e gangues criminosos para acabar com a violência.
A oposição afirma que esta política permitiu que grupos ilegais ganhassem força e atacassem as forças de segurança.
A ONU instou o governo a "articular melhor a política de 'paz total, a política de desarmamento e a política de segurança".
Juliette De Rivero divulgou ainda uma diminuição de 19% no número de assassinatos de defensores de direitos humanos, em relação ao semestre anterior.
No entanto, os 46 casos registados no primeiro semestre de 2023 são intoleráveis, sublinhou a diplomata.
A Colômbia está no centro de um conflito armado que opõe há seis décadas guerrilheiros, paramilitares, narcotraficantes e agentes do Estado.
O país é o maior produtor mundial de cocaína, fonte de financiamento de grupos armados ilegais.
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