EUA, Japão e Coreia do Sul denunciam comportamento "perigoso" da China
Os líderes dos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul denunciaram hoje, no final da sua primeira cimeira tripartida em Camp David, o comportamento chinês "perigoso" e "agressivo" no Mar do Sul da China.
© Lusa
Mundo China
O comunicado final da cimeira entre os líderes dos três países, batizado como "o espírito de Camp David", menciona, além do Mar do Sul da China, o Estreito de Taiwan, ilha autogovernada cuja soberania a China reivindica, e reafirma a importância da "paz" e da "estabilidade" naquela região, vital para o comércio internacional.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, reuniu-se hoje com o seu homólogo sul-coreano, Yoon Suk Yeol, e com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em Camp David, a residência de campo presidencial no Estado de Maryland.
Os três países condenam na declaração o "comportamento perigoso e agressivo" da China e "reivindicações marítimas ilegais" em assuntos marítimos, enquanto Pequim reclama a soberania sobre águas de países vizinhos e realiza de forma quase quotidiana exercícios aéreos e marítimos junto ao espaço aéreo de Taiwan.
"Opomo-nos fortemente a qualquer tentativa unilateral de mudar o 'status quo' nas águas da região do Indo-Pacífico", afirmaram os líderes dos três países no comunicado final.
"Reafirmamos a importância da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan", acrescentaram ainda, numa referência ao arquipélago de governo democrático liberal, tal como os três países representados na cimeira de hoje.
"O propósito da nossa cooperação trilateral de segurança é e continuará a ser promover e aumentar a paz e a estabilidade em toda a região", disseram os três países em comunicado conjunto.
Antes mesmo de começar, a cimeira atraiu duras críticas públicas do Governo do Partido Comunista Chinês.
"A comunidade internacional tem o seu próprio julgamento sobre quem está a criar contradições e aumentar as tensões", disse hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin.
"Tentativas de formar vários grupos e pequenos clubes exclusivos e trazer o confronto em bloco para a região da Ásia-Pacífico são impopulares e certamente despertarão vigilância e oposição nos países da região", disse Wang.
Na cimeira, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul concordaram ainda em "melhorar o mecanismo de comunicação trilateral para facilitar a comunicação regular e oportuna" entre os três países, incluindo os seus líderes, refere o comunicado.
"Isto incluirá reuniões trilaterais anuais entre líderes, ministros das Relações Exteriores, ministros da Defesa e conselheiros de segurança nacional", adiantam.
Os três países subscreveram ainda um "compromisso de consultas" conjunto, para "compartilhar informações, alinhar mensagens e coordenar ações de resposta", conforme divulgou a Casa Branca.
"Comprometemo-nos a consultas trilaterais, de maneira expedita, para coordenar as nossas respostas aos desafios, provocações e ameaças regionais que afetam os nossos interesses e segurança coletivos.
Os "nossos países mantêm a liberdade de tomar todas as ações apropriadas para defender interesses de segurança ou soberania", adiantam, salvaguardando os tratados de segurança bilaterais dos Estados Unidos com Japão e República da Coreia.
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