Presidente francês focado na "redução significativa da imigração"
O presidente francês, Emmanuel Macron defendeu hoje uma "redução significativa da imigração", a começar pela ilegal, garantindo que o Governo irá retomar na próxima sessão legislativa o seu projeto de lei sobre o tema, várias vezes adiado.
© Reuters
Mundo Emmanuel Macron
"Estamos sobrecarregados pela imigração? Não. É errado dizer isso. Dito isto, a situação que conhecemos não é sustentável e devemos reduzir significativamente a imigração, a começar pela imigração ilegal", sublinhou Macron numa entrevista ao semanário Le Point, divulgada 'online'.
Para o chefe de Estado francês, as fronteiras externas europeias devem ser "melhor protegidas", lembrando que "a França não é um país de primeira entrada na Europa, mas sobretudo de imigração secundária para estrangeiros que entram através de outro país da União Europeia [UE]".
"Devemos também ser mais eficazes na aplicação do direito de asilo, desencaminhados pelas redes de contrabandistas. Isto está no cerne do projeto de lei elaborado pelo governo", detalhou Emmanuel Macron.
"Em resumo, sim, devemos reduzir a imigração, mas devemos continuar a agir paralelamente através da escola, da integração, da autoridade, da República e da economia. Quando se tem 10% de desemprego durante anos, não se integra", considerou o Presidente francês.
Sobre este tema, Macron anunciou que o ministro do Interior, Gérald Darmanin, retomará o projeto de lei de imigração, cuja análise, que começou neste inverno no Senado, foi desde então adiada várias vezes.
"Vamos, com a primeira-ministra, Elisabeth Borne, mandatar o ministro do Interior desde o início da sessão legislativa para trocar ideias com todas as forças da oposição que vão na mesma direção e para construir o projeto mais eficaz possível", vincou Macron.
Enquanto o executivo luta para encontrar uma maioria sobre este texto, o chefe de Estado deseja poder evitar o recurso ao 49-3, um artigo da Constituição que permite a adoção de uma lei sem a votação na câmara baixa do Parlamento.
Mas, acrescentou também ser "a favor da utilização dos instrumentos da Constituição".
"Precisamos de resultados e, portanto, se tal texto fosse bloqueado, nada deveria ser proibido", apontou.
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