O Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou, esta sexta-feira, que "é muito provável" que o líder do Grupo Wagner "esteja efetivamente morto" e que a morte teria "um efeito profundamente desestabilizador" no grupo de mercenários.
No seu mais recente briefing sobre a guerra na Ucrânia, o ministério britânico lembrou que "não existem ainda provas definitivas de que Prigozhin se encontrava a bordo" do avião que caiu na quarta-feira e que se sabe que o empresário russo "adota medidas de segurança excepcionais". "No entanto, é muito provável que esteja efetivamente morto", lê-se na rede social X (antigo Twitter).
Segundo o relatório dos serviços de informação britânicos, "a morte de Prigozhin teria quase de certeza um efeito profundamente desestabilizador no Grupo Wagner" devido às suas "características pessoais de hiperatividade, audácia excecional, procura de resultados e brutalidade extrema".
"É pouco provável que qualquer sucessor lhe consiga dar resposta", acrescentou o Ministério da Defesa britânico, que considerou ainda que "o vazio de liderança de Wagner seria agravado pelas notícias de que o fundador e comandante de campo Dimitry Utkin e o chefe de logística Valery Chekalov também morreram".
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine – 25 August 2023
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) August 25, 2023
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Sublinhe-se que Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, estaria na lista de passageiros de um avião do Grupo Wagner que caiu na quarta-feira, durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo, e levou à morte de todas as 10 pessoas a bordo, segundo as autoridades russas.
A alegada morte aconteceu dois meses após o líder do grupo de mercenários ter levado a cabo uma rebelião falhada contra o Kremlin, especificamente o Ministério da Defesa. Após a investida, que durou cerca de 24 horas e terminou com um acordo, Prigozhin passou a residir na Bielorrússia.
As autoridades russas até agora não avançaram quaisquer causas que expliquem a queda do jato privado Embraer Legacy que, segundo as autoridades de aviação civil russas, além de Prigozhin, transportava outros responsáveis do grupo Wagner.
Na quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, enviou condolências às pessoas próximas do líder do Grupo Wagner e dos outros ocupantes do avião, e prometeu um inquérito "até ao fim".
Na sua primeira reação após a queda do jato privado, Putin referiu-se a Prigozhin como um homem "talentoso" e "com um destino complicado, que cometeu erros graves na vida, mas que obteve os resultados que precisava".
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