Três homens que tinham sido condenados por crimes no bairro nova-iorquino de Queens, nos Estados Unidos, na década de 1990 - e que cumpriram longas penas de prisão - foram ilibados depois de os seus processos terem sido revistos e terem sido encontradas provas de falsas confissões e outros exemplos de prevaricação por parte da polícia e dos procuradores.
Ao que noticia a Associated Press, os homens foram ilibados de todas as acusações em dois casos separados, esta quinta-feira, depois de a procuradora do distrito de Queens, Melinda Katz, ter apresentado moções para anular as suas condenações.
"A justiça no sistema de justiça criminal significa que temos de reavaliar os casos quando surgem novas provas credíveis de inocência real ou de condenação injusta. Aqueles que cumpriram pena de prisão por crimes que comprovadamente não cometeram merecem o cadastro limpo", afirmou Katz, num comunicado de imprensa.
Armond McCloud, na altura com 20 anos, e Reginald Cameron, na altura com 19 anos, foram presos em 1994 após terem sido declarado culpados de uma morte num tiroteio. Confessaram depois de terem sido interrogados durante várias horas sem advogado. Mais tarde, ambos afirmaram que as suas confissões tinham sido resultado de coação policial.
McCloud foi condenado por homicídio em 1996 e sentenciado a uma pena de 25 anos a perpétua. Foi libertado em janeiro de 2023.
Cameron declarou-se culpado de roubo em primeiro grau em troca do arquivamento das acusações de homicídio. Cumpriu mais de oito anos de prisão e saiu em liberdade condicional em 2003.
O outro caso envolveu Earl Walters, que tinha 17 anos em 1992 quando foi interrogado sobre dois assaltos a carros em que mulheres tinham sido roubadas e agredidas.
Walters confessou ter participado nos assaltos depois de ter sido interrogado durante 16 horas sem advogado. O homem acabou preso apesar de o seu depoimento incluir afirmações que estavam em desacordo com os relatos das vítimas e com outras provas do caso.
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